Reavaliação sem peso para a UEFA
Pereira da Costa fala em “cosmética contabilística” na operação que permitiu fazer melhorar capitais próprios em 167,5 M€
Candidato a CFO do FC Porto tocou na questão do “instrumento” de 250 M€ para “refinanciar o passivo” anunciado por Koehler, levantando a hipótese de estar ligado à Quadrantis.
Foi com o intuito de analisar o Relatório e Contas da SAD do FC Porto no primeiro semestre de 2023/24 que André Villas-Boas chamou sócios e jornalistas à sede de campanha e, nesse sentido, José Pedro Pereira da Costa ficou a cargo de passar a pente fino os resultados apresentados. Entre os tópicos abordados esteve a operação de reavaliação do Estádio do Dragão, decisiva para melhorar os capitais próprios em 167,5 milhões de euros (de -176 M€ para -8,5 M€), mas que o candidato a CFO descreveu como “cosmética contabilística”, uma vez que não terão peso no fair-play financeiro. “Para a UEFA, não vai contar. No artigo 88 das regras, este efeito não serve. Os capitais próprios deveriam ter sido melhorados em cerca de 10 por cento e, como esta operação não conta para este efeito, gostávamos de saber o que está previsto para 31 de março. É uma operação meramente contabilística, não há qualquer entrada de dinheiro. E o passivo e dívida finan
ceira vão manter-se exatamente no mesmo valor”, apontou Pereira da Costa.
Além de ter reiterado o que AVB já havia anunciado em relação à redução em cerca de 50% dos encargos com remuneração fixa da administração – assim como um teto máximo de 60% em variáveis –, o CFO da lista do ex-treinador visou a antecipação de receitas televisivas. “Uma Direção em gestão não deveria comprometer as receitas muito para lá do seu mandato. Esta operação não foi minimamente explicada, temos apenas um número de 54 M€”, atirou, ao garantir que a equipa de Villas-Boas já deu “passos exploratórios junto da banca internacional” com vista à reestruturação da dívida a
médio e longo prazo.
Confrontado com o “instrumento de 250 M€” para refinanciar o passivo da SAD, anunciado por João Rafael Koehler, Pereira da Costa apontou na direção da Quadrantis [do qual Koehler é sócio]. “Parece existir alguma coincidência com um fundo de 300 M€ que está em fase de subscrição por parte de uma entidade relacionada com a Quadrantis, que se destina a financiar entidades desportivas com contrapartes típicas deumaSAD,comooperadores de telecomunicações, entidades ligadas ao setor de ‘food andbeverage’einclusivamente o fundo soberano saudita, muito ativo na transação de passes jogadores”, detalhou.