Um borrego de 37 anos
Augusto Jerónimo esteve na última e distante vitória sobre o FC Porto e antevê tarefa complicadíssima para os algarvios no jogo de sexta, atendendo ao momento das equipas
O Portimonense vai tentar quebrar um longo jejum de triunfos frente ao FC Porto, que já dura desde 1986/87, época mítica para os dragões, que culminou com a conquista da Taça dos Campeões Europeus.
HÉLIO NASCIMENTO
Desde que voltou à I Liga, em 2017/18, o Portimonense nunca conseguiu tirar pontos ao FC Porto, sendo preciso recuar até 1986/87 para encontrar o último triunfo dos algarvios, por 1-0, graças a um golo solitário de Luciano, num plantel onde pontificavam, entre outros, Balacó, Simões, Barão, Skoda, Augusto, Nivaldo, Pacheco e Cadorin. Foi há 37 anos. “Lembro-me perfeitamente desse jogo, foi espetacular. O Porto vinha a pensar que ganhava facilmente, mas o nosso treinador, Paulo Roberto Dias, montou um esquema perfeito, baseado no contra-ataque, e a verdade é que conseguimos vencer. Foi uma festa daquelas”, recorda AugustoJerónimoemconversa com O JOGO.
O antigo extremo, hoje com 59 anos, reconhece, no entanto, que a tarefa que espera os algarvios na sexta-feira é bem mais ingrata, atendendo, também, ao momento das equipas. Os alvinegros não ganham há cinco jornadas e os dragões ainda saboreiam a expressiva goleada sobre o Benfica. “É uma tarefa bastante complicada e admito que vai ser difícil roubar pontos. Só se
o Portimonense estiver num grande dia, como sucedeu, por exemplo, em Guimarães [triunfo por 2-1]. No futebol não há impossíveis e para compensar os resultados negativos é preciso conquistar pontosemtodososjogos,mas, nesta fase, o favoritismo é todo do Porto.”
Augusto, que no final dessa época foi transferido para o Benfica, argumenta que para jogar taco a taco “é necessário deixar tudo em campo, como se fazia antigamente”. E deixa uma dica. “O que peço aos atuais jogadores é que suem as
camisolas e tenham orgulho em representar o clube. Não estou a dizer mal, mas sim a ver as coisas como elas são. Têm de dar o máximo e acreditar que não há vencedores antecipados.”
Depois desta vitória, apenas por mais uma vez o Portimonense pontuou frente aos portistas. Foi em 1988/89, com um empate a uma bola e um golo de Nivaldo. Ao todo, nos 20 jogos realizados em casa com este adversário, os algarvios venceram quatro, empataram outros tantos e perderam em 12 ocasiões.