Espera de 13 anos pelo título
Apanhou diferentes fases do clube, algumas frustrações, mas muitos colegas marcantes em Highbury
O’Leary discorre os momentos saborosos de uma história lendária em Highbury, escolhendo várias comemorações, entre elas do título 88/89, decidido pelo ex-Benfica Michael Thomas.
●●● David O’Leary chegou ao Arsenal em 1975/76, apenas com 18 anos, e rapidamente se começou a impor até completar 722 jogos, retirando-se com uma conquista da Taça, em Wembley, em 1992/93. Venceu dois campeonatos, duas FA Cup... tornando-se um homem eterno nos gunners, recompensado mais a sério em 1988/89. “Para um rapaz que chegara a Londres vindo de Dublin, jogar essas épocas todas, ficar tanto tempo num clube, foi um privilégio e as memórias ocupam toda essa ligação. Mas o primeiro título que acabei por vencer, que demorou a chegar, no meu caso 13 anos, foi algo impressionante. Veio com aquele golo do Michael Thomas, em Anfield, mesmo a acabar. Precisávamos de ganhar por 2-0, se fosse só um 1-0, o Liverpool era campeão. Era pedir muito e conseguimos. Foi fantástico”, defende o antigo central.
“Depois há uma FACup muito saborosa em cima do Manchester Uni te dain danos primeiros anos. Apanhei uma fase de transição, vi o clube a mudar, a deixar para trás um período duro. Todos os grandes clubes têm esses ciclos”, invoca O’Leary, recuando às emoções que tomaram conta do eixo norte de Londres com o título de 1988/89. “Infelizmente eu tive de regressar para me concentrar com a seleção da Irlanda para um jogo com a Hungria. Perdi as celebrações em Londres, foi um desfile fabuloso e toda a gente saiu de casa”, recorda, desvelando outro acontecimento marcante. “Tenho também como último jogo pelo Arsenal uma partida em Wembley entre Arsenal e Sheffield Wednesday, que valeu mais uma FA Cup. Apanhei aí a nova geração com Rocastle, Adams, Merson, Campbell, Wright. Fizeram grandes trajetos, foi realmente bom te restado nesse momento ”, frisou.
O’Leary recua ainda mais, até às primeiras referências que marcaram o seu trajeto nos anos setenta. “Apanho o Alan Ball como capitão, uma grande estrela. Mas tínhamos Pat Rice, Nelson, Stapleton, Brady, um fora de série que jogou em Itália, George Armstrong. É uma geração que já só os mais velhos podem lembrar”, brinca, sem fechar o tema. “Mas o Arsenal teve sempre grandes jogadores, muito disciplinados, balneários incríveis e vencedores, criados por grandes treinadores. Éramos sempre jogadores felizes”, confessa, realizado pelo que fez no clube e pelo que representa para quem manda.
“Perdi celebrações do primeiro título, desfile fabuloso em Londres, pois tive de ir para um jogo da Irlanda”
“Integrei geração brilhante que só os mais velhos se lembram: Ball, Rice, Nelson, Brady” David O’Leary Antigo defesa do Arsenal