Tomás dá tudo para ser aposta
Central dedica tempo à análise de jogos, especialmente ao passe, e acredita que o espaço vai continuar a surgir no Benfica
Jogador de 21 anos dos encarnados foi elogiado no balneário pelos companheiros, mas tem a ambição de mostrar evolução e convencer Roger Schmidt a subir na hierarquia.
FREDERICO BÁRTOLO
Tomás Araújo foi titular diante do Estoril e um evidente destaque na vitória por 3-1. O central herdou o lugar de Otamendi e recebeu elogios no balneário, notando a satisfação dos companheiros por ter correspondido no eixo defensivo,colmatandoocastigado capitão. Apesar de satisfeito com a evolução e ciente de que deu resposta à aposta de Roger Schmidt, o foco continua a ser melhorar e garantir que sobe na hierarquia.
Ser, nesta fase, o terceiro central, já que Morato é opção para a lateral esquerda, deu confiança ao natural de Vila Nova de Famalicão. Tem sido nos sub-21 que é indiscutível, titular nos cinco jogos de qualificação do ano, mas o central de 21 anos tem ganho pontos na hierarquia e pode ser um elemento a usar na rotação de plantel. A sua disponibilidade para jogar a lateral direito não deixou de agradar ao treinador alemão. A convicção do atleta é mesmo essa: somar minutos – já leva 601 esta época – e provar a competência para estar no plantel no próximo ano, até sabendo que António Silva, com presença quase certa no próximo Campeonato da Europa, será cortejado no verão por grandes clubes europeus,
sendo expectável que os responsáveis encarnados sejam confrontados com propostas muito expressivas para viabilizar a transferência.
Sabe O JOGO que Tomás Araújo é um verdadeiro detalhista: observa os vídeos dos adversários, verifica as tomadas de decisão dos seus próprios jogos, num trabalho paralelo ao realizado coletivamente no Seixal, e trabalha especificamente no passe nos treinos. A intenção do jogador formado do Benfica é potenciar esse fator diferenciador, tentando encontrar linhas mais próximas e rapidamente, de modo a dar fluidez à circulação de bola, especialmente na primeira fase de construção.
Esse argumento, muito valorizado por Roger Schmidt e trabalhado também nos anos que passou nos escalões de formação, é um acrescento ao trabalho defensivo: no último jogo, com o Estoril, ganhou os cinco duelos defensivos que disputou, quatro das dez disputas aéreas, três interceções e 17 recuperações. Perdeu seis bolas no meio-campo, o que o leva a querer corrigir a entrega de bola para as próximas oportunidades. Apesar disso, registo para 97 por cento de precisão no passe, ele que tentou 12 entregas para o terço final (acertou 10), fez ainda duas solicitações para a área (uma errada) e fez 30 passes para a frente, dos quais entraram 27 (90 % de eficácia).