“Ainda dizem que agredi Evanilson...”
EXIGÊNCIA Sérgio Conceição pegou nas recentes palavras do avançado para colocar-se na pele de jogador e deixar recado irónico aos “mal-intencionados”
Admitindo que é “um bocadinho” chato, Conceiçãoassumiu que, enquanto jogador, “não gostaria de ter treinador como eu”. Evolução do goleador brasileiro foi alvo de elogios.
Evanilson admitiu, em entrevista à Sport TV, que “não é fácil lidar com Sérgio Conceição”, fruto da exigência constante do treinador e, ontem, o homem do leme azul e branco abordou com boa disposição as palavras do avançado brasileiro, admitindo que trabalhar diariamente sob a sua orientação “é capaz de ser um bocadinho chato”. “Os jogadores contam a dificuldade que têm, não contam? Pronto. Estou muito atento a todos os pormenores. O peso deles, o trabalho que fazem antes do treino, pós-treino, tudo isso é importante. Somos muito rigorosos. De vez em quando sai uma ou outra ‘dura’ no treino. Uns aceitam melhor, outros menos bem. Dentro dessa relação é capaz de ser um bocadinho chato. Eu não gostaria de ter um treinador como eu”, atirou Conceição, entre risos.
O técnico do FC Porto aproveitou, também, para lançar uma “alfinetada” aos “mal-intencionados”, com ironia decorrente da polémica levantada em Espanha. “Já de caráter não sou pessoa de andar aqui às gargalhadas. E quando se fala de trabalho, ainda mais... Para os bem intencionados, pode ser positivo. Para os mal intencionados, ainda dizem que agredi o Evanilson para ele ser bom jogador. Vocês percebem o que quero dizer”, disparou Sérgio.
Em relação a Evanilson, o treinador dos azuis e brancos acabou por fazer uma análise ao crescimento do avançado, que vive a época mais produtiva da carreira, com 22 golos marcados. “Naturalmente que evoluiu. Para todos os jogadores que vêm de realidades distintas éump roces soque nãoé fácil. Somos muito exigentes no trabalho, acredito que haja desafios que, no início, não são nada fáceis. Têm de sair da zona de conforto. Depois, torna-se um hábito trabalharem dentro dessa exigência. Leva o seu tempo. Os jogadores têm um trajeto na sua formação, com alguma liberdade de acordo com o conforto de cada um. Quando se pede algo diferente, alguns conseguem, outros nem tanto. Fico contente com a evolução dos que conseguem”, rematou.