Os fenómenos Jota e Pacheco
Sobre o avançado, gaba a forma como se moldou e antecipa grande venda. Já o técnico faz sonhar
Peres não tem dúvidas onde pontifica a mais-valia do atual Vitória, não deixa de alinhar nos elogios cada vez mais consensuais a Jota Silva, artilheiro da equipa, símbolo da raça e já com impacto nas escolhas da Seleção. “É alguém que é um bom exemplo de homem que se moldou a si próprio e tem vindo a crescer de uma maneira sustentável. Até parece fácil executar naquela velocidade em que é lançado, mas ele tem-se revelado, sim, muito difícil de travar. Acho que o meu Vitória muito lhe deve esta excelente classificação que ocupa. E chegou a internacional com todo o mérito, honra e orgulho para o clube”, retrata o Puskás do Candal, maravilhado com o Grealish de Melres, até por um conjunto de características menos habituais. “Estamos todos de acordo que o Jota vai render uma elevada soma de dinheiro. É, indiscutivelmente, um tesouro que aparece muito raramente, talvez seja muito difícil de surgir no futebol atual. Na minha opinião seria sempre um craque em qualquer época que jogasse, porque faz parecer fácil meter aquela técnica na velocidade que imprime. Atuaria em qualquer equipa e em qualquer contexto temporal”, valida Peres, aceitando o desafio de identificar quem melhor interpreta o jogo no Vitória à imagem do que fazia nos anos 60. “Vou ser justo com três, um misto do André André, do Tiago Silva e do Händel”, exalta.
Peres curva-se à excelência do trabalho de Álvaro Pacheco,a um cunho muito peculiar e um caráter que faz vibrar. “Este Vitória entusiasma, é um sucesso que se deve muito à ação deste grande treinador. Vejo nele uma vida exemplar baseada na simplicidade de processos e na mais franca intimidade que cultiva com o grupo. Os resultados têm aparecido e a crença aumentado”, elogia, acreditando num final de temporada pontuado por
“Jota é tesouro raro, mas seria um craque em qualquer época que jogasse”
Peres Antigo jogador do Vitória
um estado de graça, na Taça ou no Campeonato. “Tudo é possível sob a batuta do míster. Colocou-nos num patamar exibicional, que mesmo contra adversários superiores e onde possam existir mais adversidades, a equipa é capaz de dar a volta”, explana. “Só o conheci há alguns meses num almoço de antigos jogadores, mas sabia perfeitamente o trabalho dele feito no vizinho Vizela. Entendendo isso, sempre tive a convicção que era um casamento perfeito.”