O Jogo

Os fenómenos Jota e Pacheco

Sobre o avançado, gaba a forma como se moldou e antecipa grande venda. Já o técnico faz sonhar

- PEDRO CADIMA

Peres não tem dúvidas onde pontifica a mais-valia do atual Vitória, não deixa de alinhar nos elogios cada vez mais consensuai­s a Jota Silva, artilheiro da equipa, símbolo da raça e já com impacto nas escolhas da Seleção. “É alguém que é um bom exemplo de homem que se moldou a si próprio e tem vindo a crescer de uma maneira sustentáve­l. Até parece fácil executar naquela velocidade em que é lançado, mas ele tem-se revelado, sim, muito difícil de travar. Acho que o meu Vitória muito lhe deve esta excelente classifica­ção que ocupa. E chegou a internacio­nal com todo o mérito, honra e orgulho para o clube”, retrata o Puskás do Candal, maravilhad­o com o Grealish de Melres, até por um conjunto de caracterís­ticas menos habituais. “Estamos todos de acordo que o Jota vai render uma elevada soma de dinheiro. É, indiscutiv­elmente, um tesouro que aparece muito raramente, talvez seja muito difícil de surgir no futebol atual. Na minha opinião seria sempre um craque em qualquer época que jogasse, porque faz parecer fácil meter aquela técnica na velocidade que imprime. Atuaria em qualquer equipa e em qualquer contexto temporal”, valida Peres, aceitando o desafio de identifica­r quem melhor interpreta o jogo no Vitória à imagem do que fazia nos anos 60. “Vou ser justo com três, um misto do André André, do Tiago Silva e do Händel”, exalta.

Peres curva-se à excelência do trabalho de Álvaro Pacheco,a um cunho muito peculiar e um caráter que faz vibrar. “Este Vitória entusiasma, é um sucesso que se deve muito à ação deste grande treinador. Vejo nele uma vida exemplar baseada na simplicida­de de processos e na mais franca intimidade que cultiva com o grupo. Os resultados têm aparecido e a crença aumentado”, elogia, acreditand­o num final de temporada pontuado por

“Jota é tesouro raro, mas seria um craque em qualquer época que jogasse”

Peres Antigo jogador do Vitória

um estado de graça, na Taça ou no Campeonato. “Tudo é possível sob a batuta do míster. Colocou-nos num patamar exibiciona­l, que mesmo contra adversário­s superiores e onde possam existir mais adversidad­es, a equipa é capaz de dar a volta”, explana. “Só o conheci há alguns meses num almoço de antigos jogadores, mas sabia perfeitame­nte o trabalho dele feito no vizinho Vizela. Entendendo isso, sempre tive a convicção que era um casamento perfeito.”

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