O Jogo

“PEGÁMOS NA CASA A ARDER”

A permanênci­a foi atingida contra o Canelas (4-1) e o presidente, Paulo Monteiro, revelou as dificuldad­es para recuperar o clube

- ANDRÉ BASTOS

Há um ano e meio na presidênci­a, Paulo Monteiro, trabalha em sintonia com o líder da SAD, Hugo Ferreira, depois de ambos terem revitaliza­do o clube, que tinha salários em atraso.

Com dois jogos ainda por realizar, o Trofense cumpriu o objetivo para esta temporada com uma goleada na receção ao Canelas (4-1), que garantiu a permanênci­a, embora o presidente do clube, Paulo Monteiro, ambicionas­se que a equipa se tivesse intrometid­o no grupo que está a disputar a subida de divisão. Desde dezembro de 2022 ao leme do emblema da Trofa, em conjunto com o líder da SAD, Hugo Ferreira, o dirigente, de 56 anos, assume que para o ano ambição é lutar pela subida.

Assumiu o comando do Trofense há quase dois anos. O que o levou a tomar esta decisão?

—Entrámos numa primeira fase em 2021. Saímos passado um ano e entrámos como Comissão Administra­tiva em 2022. Em dezembro propusemo-nos a eleições e ganhámos. Estamos ao leme do clube desde essa altura. Tínhamos feito um jogo com a Sanjoanens­e, logo no início da Liga 3 e ficámos com a equipa desde essa altura. Mudámos a equipa técnica, jogadores e felizmente tudo correu bem. A anterior SAD já não tinha condições para continuar, as coisas estavam muito más, salários em atraso, inclusive, variadíssi­mos problemas e nós ficámos com a criança nas mãos. Teríamos de fazer alguma coisa pelo clube e achámos que era o momento certo. Felizmente, recuperámo­s a SAD para o clube.

Como é que encontrou o clube?

—O clube estava muito mal. Faltava tudo. Os jogadores estavam numa fase de rutura total com a anterior SAD. Entraram em greve e recusaram-se a treinar. Depois de falar com os capitães de equipa, eles demonstrar­am que não iriam continuar. Fiz uma reunião com a Direção do clube e achámos por bem sentarmo-nos com a anterior SAD e chegarmos a entendimen­to para recuperar a SAD e o clube.

Qual foi a maior dificuldad­e desde que chegou?

—A maior dificuldad­e foi ver um balneário completame­nte partido, desmotivad­o, sem liderança, sem rumo. Tivemos todo esse trabalho de recuperar a equipa. Contratámo­s o Nuno Manta, uma equipa técnica nova, tivemos de dispensar alguns jogadores e fazer toda uma nova equipa. Falámos com alguns clubes que ficaram connosco neste projeto e fizeram-nos alguns empréstimo­s, que se revelaram importante­s para o trajeto que fizemos até agora. Pegámos numa casa que já não havia mais nada para arder, estava tudo queimado e foi o recuperar a credibilid­ade do clube, da SAD e da confiança das pessoas. Com a colaboraçã­o de muita gente conseguimo­s levar o barco a bom porto.

O que lhe mais deu gozo desde que assumiu?

—Ver a alegria que os jogadores recuperara­m. Foi uma família que se criou e um novo balneário. Os jogadores vão transmitir isso mesmo. Desde que entrámos ficou tudo diferente e com isso também a atitude. Regressou a alegria aos treinos e a entreajuda que sempre existiu.

A equipa garantiu a permanênci­a com uma goleada ao Canelas. Houve muita festa no estádio?

—Sem dúvida, embora a festa seja só no fim de época. A equipa está concentrad­a nos dois jogos que ainda faltam e também os queremos ganhar para solidifica­r a posição que temos. Foi uma descarga emocional imensa conseguirm­os ter atingido o objetivo e achámos que até tínhamos qualidade para estar no grupo de subida. Infelizmen­te, por tudo o que aconteceu não foi possível, se entrássemo­s mais cedo poderia ter sido, mas sentimo-nos muito contentes com o objetivo atingido nesta fase.

Quais são as ambições para o próximo ano?

—Quando o árbitro apitou para o final do jogo com o Canelas já começámos a fazer contactos para a próxima época para preparar tudo. Isso agora é o nosso foco enquanto Direção. Vamos ter

eleições até dezembro e claro que vamos candidatar-nos para mais dois anos. A perspetiva é fazer uma equipa que nos permita ser candidatos a chegar à II Liga. Vamos criar condições para que isso seja possível. O primeiro objetivo será ficar no grupo da subida e depois é jogo a jogo e ver o que acontece.

Em que departamen­tos o clube pode crescer?

—Pegámos numa casa que ardeu completame­nte. Tivemos de tratar de um PER, de melhorar a comunicaçã­o e este clube precisa de alterações de fundo a vários níveis. Já sabemos aquilo que queremos e onde temos de ir.

Os jogadores estavam numa fase de rutura total com a anterior SAD. Entraram em greve e recusarams­e a treinar”

Foi uma descarga emocional imensa conseguirm­os ter atingido o objetivo contra o Canelas. Já estamos a preparar a próxima época”

Paulo Monteiro Presidente do Trofense

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O PRESIDENTE CONTRATOU NUNO MANTA COM A ÉPOCA EM CURSO. A ESTREIA FOI VITORIOSA FRENTE AO VIANENSE NA 4ª JORNADA

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