O Jogo

DO CANADÁ PARA A LIGA

A defesa, 26 anos, chegou ao Valadares esta temporada e rapidament­e se afirmou no emblema gaiense

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A futebolist­a canadiana desvenda a O JOGO as suas experiênci­as, desde o país natal até aos relvados da Liga BPI, os segredos do seu sucesso e do emblema gaiense esta época, e as metas ambiciosas.

JOÃO FERNANDO VIEIRA

Mégane Sauvé, defesa de 26 anos que trocou as cores do AS Blainville, do Canadá, pelas do Valadares no início destatempo­rada,revelaaOJO­GO a sua perspetiva sobre a estreia no futebol europeu, os desafios envolvidos na adaptação a uma nova realidade e os objetivos que a estimulam enquanto jogadora.

Como começou o percurso da Mégane no futebol?

—A minha paixão pelo futebol iniciou-se na minha cidade natal, no Canadá, aos quatro anos de idade. O meu irmão mais velho praticava hóquei no gelo e futebol, e eu segui os passos dele. Experiment­ei vários desportos, como a patinagem de velocidade e de ringue e o basquetebo­l, mas acabei por escolher também o hóquei no gelo [foi federada] e o futebol.

Depois de deixar o hóquei de parte, dedicou-se inteiramen­te aos relvados. No entanto, sabemos que nunca teve muita confiança nas suas capacidade­s futebolíst­icas...

—Sinceramen­te, nunca acreditei realmente nas minhas capacidade­s até aos meus últimos dois anos de faculdade, quando percebi que me destacava. A partir desse momento comecei a preparar-me para outros voos, mas era importante para mim terminar a licenciatu­ra antes de sair.

O que estudou?

—Sou licenciada em Educação e agora estou a fazer o mestrado em Comunicaçã­o Social.

Fez carreira no Canadá e no início desta época mudouse para Portugal, onde cumpre a primeira

experiênci­a na Europa. Era algo que ambicionav­a?

—Sendo uma jogadora canadiana que nunca frequentou a NCAA, o programa universitá­rio, encontrar uma primeira oportunida­defoiextre­mamente difícil, independen­temente do meu talento. No entanto, do nada, o Valadares abriu-me as portas para o futebol profission­al e para a Liga BPI.

Como descreve esta vivência, tanto no clube como na Liga BPI?

—Representa­r o Valadares é uma grande alegria para mim. O clube está em cresciment­o e fazer parte disso é incrível. A Liga BPI é uma excelente liga. A distância entre as equipas está a diminuir e já se vê clubes de topo a perder pontos para outros mais modestos, o que demonstra o cresciment­o geral da competição. Além disso, nota-se um interesse crescente.

Como tem sido a adaptação a Portugal? Foi uma mudança significat­iva na sua vida. —Portugal é um país fantástico onde as pessoas verdadeira­mente apreciam a beleza do futebol. Não tive grandes dificuldad­es para entender o português. Tanto as minhas colegas do Valadares como a equipa técnica foram incríveis ao ajudar-me e a apoiar-me o máximo possível.

Com 27 jogos e um golo, acredita que já mostrou todo o seu potencial?

—Foi um ano de adaptação para mim, mas cresci muito e agora sinto-me mais consistent­e. Sei que estive num bom nível todas as semanas. As minhas colegas incentivar­amme a ser mais audaz e foi isso que fiz.

O Valadares está no sétimo lugar da Liga BPI e chegou às fases mais adiantadas da Taça de Portugal e da Taça

da Liga. Como descreve a época a nível coletivo?

—Coletivame­nte, fizemos uma boa temporada, tendo em conta os resultados dos últimos dois anos, mas infelizmen­te deixámos escapar alguns pontos em momentos cruciais. Ainda assim, chegámos longe em ambas as taças;

é a segunda jogadora Registo: Mégane emblema gaiense do com mais minutos

“Portugal é um país fantástico onde as pessoas apreciam a beleza do futebol”

“Sei que estive num bom nível todas as semanas. As minhas colegas incentivar­am-me”

Mégane Sauvé Defesa do Valadares

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