BRUMA E HORTA SÃO ARMAS PARA A UEFA
Se fossem chamados ao Europeu corriam sérios riscos de falhar arranque arsenalista e ataque à fase de grupos da Liga Europa
“São golpes que doem, vai custar muito mas não os vai abalar”
João Carlos Teixeira Médio do Shanghai Shenhua
Os dois atacantes contaram para Martínez, cada um fez três jogos, pelo que tinham expectativa de ir à Alemanha. João Carlos Teixeira, que jogou com ambos, compreende momento de frustração.
●●● Apesar do bom rendimento, Ricardo Horta e Bruma viram-se suprimidos das contas de Roberto Martínez para o Europeu, mesmo que tenham conseguido convencer o espanhol na qualificação e preparação da prova, cada um somando três internacionalizações e atingindo, já com este selecionador, uma dúzia de jogos por Portugal. A azia que pode acompanhar um e outro, neste momento, não será tão evidente da parte do Braga, que vê os seus interesses desportivos mais acautelados com a exclusão das duas estrelas do Europeu da Alemanha, que decorrerá entre 14 de junho e 14 de julho. Uma campanha bem sucedida de Portugal, um dos favoritos, implicaria a baixa certa dos atletas nas pré-eliminatórias da Liga Europa, entrando o Braga em ação a 25 de julho, sendo que a pré-época será iniciada ainda em junho.
Se Horta foi gabado por Martínez como um atleta extraordinário, Bruma pode também ser aposta caso algum eleito venha a desfalcar Portugal, por lesão. Para já, os dois atletas vão ter de torcer por fora. João Carlos Teixeira, a jogar no Shanghai Shenhua, da China, colega de Horta no Braga e de Bruma na formação do Sportinge nas seleções jovens, analisou a frustração que toca a dois amigos às portas de uma prova que gera fortíssimas expectativas e impacto emocional. “O facto de não estarem [nos eleitos] deriva de um leque alargadíssimo de escolhas de muita qualidade. Sei que nãoéagradável,é complicado pela época que fizeram, tinham toda a legitimidade de estar na Seleção e fizeram parte do grupo durante a qualificação. Mas o futebol é assim, é uma pena”, lamentou Teixeira. “São golpes que doem, mas estão perto dos 30 anos, o que dá condição e bagagem a qualquer um para aguentarem este tipo de coisas, embora um Europeu ou Mundial seja algo inimaginável para um atleta. Vai custar muito, mas não os vai abalar. Em breve já vão pensar estar ao máximo nível na próxima época”, sublinhou.