O Jogo

Sucessão atrasa planificaç­ão

Conceição está no Algarve e a sua saída pode não ser pacífica, deixando Villas-Boas de mãos atadas

- CARLOS GOUVEIA

A um mês da pré-época, processo da transição no banco pode arrastar-se. Villas-Boas quer promover o antigo adjunto, mantendo o ADN Porto, mas só pode avançar depois da rescisão com Conceição.

De acusações, comunicado­s, intrigas e mal-entendidos nasceu um imbróglio que está a adiar decisões estruturan­tes na equipa profission­al do FC Porto, nomeadamen­te a do futuro treinador, questão decisiva para avançar com o planeament­o da nova temporada que, co mos esabe,é fundamenta­l para um clube que perdeuos últimos dois campeonato­s e enfrenta grandes desafios a nível financeiro.

Sérgio Conceição tem contrato por mais quatro anos e já decidiu que não pretende continuar, mas ainda não rescindiu e esse processo pode vir a ser mais complexo do que inicialmen­te se previa, depois do que se passou nos últimos dias. O ainda treinador portista está no Algarve com a família para uns dias de férias e não é seguro que amanhã esteja de volta à Invicta para reunir com Villas-Boas, como estava previsto. Até porque, pelo que se percebeu das publicaçõe­s nas redes sociais da esposa Liliana e dos filhos Moisés e Rodrigo, a revolta é grande, sobretudo para com o antigo número 2 da equipa técnica.

Vítor Bruno, diga-se, é um nome na mente do presidente portista para a sucessão, mas as negociaçõe­s só poderão avançar depois de estar resolvida a saída de Conceição. Entretanto, falta um mês para o início da pré-temporada e tudo isto deixa o líder da SAD azul e branca de mãos atadas, impedido de tomar decisões quanto à composição do plantel( reforços e eventuais vendas ), mas também, por exemplo, quanto ao planeament­o do estágio e jogos de preparação.

O FC Porto, ou melhor a nova Direção, sente que está nas mãos de Sérgio Conceição por causado contra toque este assinou com Pinto da Costa a dois dias das eleições. A lei laboral protege sempre o trabalhado­r e, nesse sentido, perante as cláusulas existentes no documento, o treinado ré o único que pode rescindir unilateral­mente sem custos, enquanto o clube, se o quiser fazer por sua iniciativa, terá de pagar uma indemnizaç­ão. Todos os sinais indicam que as partes desejam o mesmo desfecho, faltando perceber quem vai dar o primeiro passo. Villas-Boas espera que seja o treinador, mas depois da conversa que tiveram na quarta-feira, na casa do presidente portista, e do comunicado da SAD que deixa os adjuntos debaixo da alçada disciplina­r, a paz que aparenteme­nte reinava foi quebrada e a paciência esgotou.

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Conceição está de saída, Vítor Bruno pode entrar

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