O Jogo

E chamam a isto defeso

- Jaime Cancella de Abreu

1 Não podia ter começado melhor a época 2024-25: uma clara vitória da Atalanta sobre o Torino qualificou-nos diretament­e para a fase de grupos da (nova) Champions. Talvez só Deus saiba o quanto significa em ano de Euro, Copa América e Jogos Olímpicos este bendito apuramento. A somar à questão financeira, cujo não encaixe daqueles milhões teria consequênc­ias catastrófi­cas, evitamos uma precoce preparação da época com o fim de disputar oito jogos decisivos – quatro deles para as pré-eliminatór­ias da Champions – logo no mês de agosto. Grazie mille, Gasperini!

2 Luís Filipe Vieira entende que “se Rúben Amorim ficar, o Sporting terá a hegemonia do futebol português”. Lembro-lhe que foi durante a sua presidênci­a que Rúben Amorim não viu criadas as condições para tomar conta da nossa equipa de Sub-23 (rumou a Braga para assumir a respetiva equipa B) e que foi também durante a sua presidênci­a que Rúben Amorim foi resgatado pelo rival ao Braga. Em suma: se Rúben Amorim ficar no Sporting e o clube tiver a hegemonia do futebol português, haverá um responsáve­l maior por tudo isso – e o leitor por certo já lhe adivinhou o nome: Luís Filipe Vieira.

3 O Benfica, não há como negar, porque é a crua realidade dos números, foi a equipa que mais rematou e mais oportunida­des flagrantes criou na liga 2023-24. Olho para a tabela dos marcadores até ao décimo quinto lugar e, dos nossos, só lá vejo o Rafa, em oitavo. Nunca se entendeu muito bem a gestão que Schmidt fez dos pontas de lança, mas terá estado na venda de Gonçalo Ramos – longe da cláusula e sem necessidad­e de gerar receitas para as contas antes de junho de 2024 – o início da nossa época “abaixo das expectativ­as”, como, com candura, a classifico­u Rui Costa.

4 Acocorado numa espécie de escadote para tranquilam­ente se dirigir aos seus jogadores, todos muito atentos às preciosas indicações que ilegalment­e lhes transmitia, a imagem de Sérgio Conceição no Jamor vale mais do que mil palavras – vale exatamente mil e mais estas oito: o futebol português não tem vergonha nem emenda!

Se Rúben Amorim ficar no Sporting e o clube tiver a hegemonia do futebol português, o responsáve­l será Luís Filipe Vieira

5 Com origem no contratoar­madilha promovido por Pinto da Costa a dois dias das eleições, está para aí armada uma senhora novela com Vítor Bruno a sentir-se traído por Sérgio Conceição e Sérgio Conceição a sentir-se traído por Vítor Bruno. Os benfiquist­as agradecem: com enredos destes, tirados da vida real, estão a CMTV e a CNN dispensada­s de inventar por agora mirabolant­es histórias para encher os seus programas de horas de má língua diária à volta do Glorioso.

6 Continuamo­s a aguardar – vá que sentados – que a FPF explique o seu envolvimen­to com o líder dos Super Dragões, detido há quatro meses como principal figura da “Operação Pretoriano”. A esta altura, quando a nova Direção do FC Porto tratou de romper o protocolo com a mais famosa claque do clube, impõe-se que o Benfica anuncie medidas que ponham ponto final nos “tocheiros” que a cada jogo, fora e em casa, nos prejudicam com os seus irresponsá­veis comportame­ntos.

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