Viver o presente com foco no futuro
Aideia do “rei morto, rei posto” aplica-se à sucessão de épocas: terminada uma, e quase sem respirar, já se inicia a preparação da próxima. Nem tempo há para fazer balanços ou análises mais aprofundadas pois o que interessa, na vida de um clube ou de uma SAD, é viver o presente com foco permanente no futuro. Mas a importância da análise do passado é fulcral para a construção de um futuro consistente e seguro. No caso do SC Braga, e no que respeita ao futebol, o balanço global é manifestamente positivo, abrindo a perspetiva de um futuro risonho. Desde logo, pelo que foi conseguido pela equipa principal: conquista da Taça da Liga, participação na Liga dos Campeões e a luta até ao fim pelo pódio, que só foi perdida no último jogo, contra o FC Porto, após aquela expulsão aos dez minutos de Víctor Gómez, cujos adjetivos qualificativos, para a decisão do árbitro, foram desde “patetice” ou “vergonhosa” até “totalmente incompetente, para não dizer mais…”; mas principalmente pela consolidação do que já é uma certeza: a grande qualidade formativa da Academia. A conquista pelos nossos sub-19 (os antigos “juniores”) do Campeonato Nacional, a performance ultracompetitiva dos sub-23 não só no campeonato, como na Taça Revelação e mesmo na Champions Youth League e o excelente campeonato da equipa B, que acabou por
Sentimos que estamos naquele lugar que, a qualquer momento, nos pode dar algo mais
“morrer na praia” na sua tentativa de ascender à II Liga, revelam a existência de muita, mas muita qualidade no nosso futebol de formação. E isso será a nossa grande motivação e, ao mesmo tempo, o maior desafio para a próxima época: consolidar, por um lado, o projeto formativo do SC Braga e aumentar, dentro dos nossos limites orçamentais, a competitividade da equipa principal. Mas, no que concerne aos adeptos, o mais difícil será gerir as nossas expectativas. Sentimos que estamos naquele lugar que, a qualquer momento, nos pode dar algo mais; mas temos que estar conscientes das nossas limitações estruturais (orçamento, massa adepta ainda em crescimento, diminuta atenção da Imprensa, etc…), as quais podem demorar muitos anos a superar. Por isso, gerir expectativas será algo complicado, mas essencial. E António Salvador sabe-o bem, e, por isso, recusa – acertadamente – falar em títulos, conquistas e coisas do género. No percurso sempre difícil para um título no futuro, valem bem as palavras do poeta espanhol António Machado: “Caminante, no hay camino, se hace camino al andar.”