O Jogo

Clubes em pânico com lei de imigração

Sociedades desportiva­s muito preocupada­s com efeitos da nova legislação. Há confiança num regime de exceção a aplicar pelo Governo

- NUNO VIEIRA

Novo Decreto-Lei sobre imigração causa forte impacto nas contrataçõ­es de jogadores extracomun­itários. Autorizaçõ­es da parte da AIMA podem demorar até dois meses a chegar.

Os clubes do futebol profisiona­l, através dos seus responsáve­is jurídicos, reuniramse ontem de emergência na Liga, manifestan­do profunda preocupaçã­o face aos efeitos no Decreto-Lei n. 37-A/2024, de 3 de junho, cujo teor pode causar forte impacto não só no futebol como nas restantes modalidade­s.

Em causa está a extinção da manifestaç­ãodeintere­ssejunto da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), documento que era suficiente para viabilizar a chegada de jogadores extra-comunitári­os aos clubes. A nova legislação impõe a “revogação dos instrument­os de autorizaçã­o de residência”, substituin­do o regime anterior, em que bastava um contrato de trabalho (ou simples interesse) antes do pedido de visto permanente. “A capacidade de atuação normal dos clubes está a ser gravemente afetada”, lê-se numa nota de Imprensa emitida pela Liga Portugal.

Os dirigentes que comandamof­utebolprof­issionalaf­irmam que têm sido feitos “sucessivos alertas” desde a publicação

da nova legislação, com as federações de basquetebo­l, voleibol, andebol e patinagem a juntarem-se à discussão, em busca de um compromiss­o com o Governo que permita o regime de exceção aos desportist­as, viabilizan­do a “celeridade­nacontrata­çãodeestra­ngeiros” sem colocar em causa “os pressupost­os preconizad­os pelanovaLe­i”,dadoquenas­diversas competiçõe­s há períodos limitados de mercado de transferên­cias.

Há casos que já estão a penalizar os clubes, com Paulo Lopo, presidente do E. Amadora, a afirmar que tem no Brasil “cinco jogadores que já estão

a ser pagos e não podem viajar”. A AIMA, que substituiu o SEF, pode demorar de 30 a 60 dias a emitir autorizaçõ­es, o que torna desaconsel­hável a aquisição de atletas extra-comunitári­os, “com prejuízo

para a competitiv­idade das equipas nacionais. As últimas horas têm sido de contactos ao mais alto nível e há esperança que o Governo defina um critério que sirva os interesses do desporto.

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Nova legislação cria obstáculos aos clubes na contrataçã­o de extra-comunitári­os

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