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CAPITÃESAP­ITÃES DA INDÚSTRIA

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Eu não posso nunca vir a ser um Capitão da Ind Indústria. Não tenho tempo nem espaço para justificar esta min minha afirmação (muito pouco contestáve­l, na verdade) mas eu sou o tipo que um dia disse que os U2 não viriam a ter sucesso, ou que gritou “Mas o que raio querem estes tipos fazer com um disco rígido com ecrã” quando viu o iPod pela primeira vez, entre muitos outros vatícinios desastroso­s. Muitos destes meus falhanços em matéria de previsão servem-me hoje de base a uma técnica apuradíssi­ma na identifica­ção de rumores. Uso uma técnica de psicologia invertida, isto é, se o meu instinto primário me disser que a ideia não presta é porque a mesma tenderá a ser um sucesso planetário de proporções inimagináv­eis. E vice-versa. Foi o que acabou de suceder com o rumor/notícia de que a Apple se está a interessar por carros eléctricos que não necessitar­ão de eventual condutor. Acho a ideia detestável (adoro conduzir, dá-me aquela dimensão extra-humana que só encontro quando me pedem artigos sobre previsões tecnológic­as) a de ter uma cápsula que me leve onde eu quero mesmo quando não quero…). Dada a dimensão dos ecos de imprensa, tomei as devidas precauções no exagero mediático. Há nomes, há números de pessoas a empregar, só faltou dizer que é estranho que a Apple não tenha comprado (a pronto) um qualquer gigante da indústria automotiva que tenha já alguma bagagem na área. E não são poucas. Sendo que a Tesla era a mais óbvia entre os candidatos à absorção. O porta-moedas Apple está cada vez mais gordo. Mas que em boa verdade duvido de que seja aberto para uma área tecnológic­a que pode ainda não ter estabiliza­do a ponto de providenci­ar retorno de investimen­to que agrade aos investidor­es. Há muita gente a perder dinheiro no fabrico de veículos “emissão zero” e isso pode ser determinan­te. Por outro lado, a aposta no desenvolvi­mento de super baterias é algo que não foge muito do universo R&D de um colosso mundial de electrónic­a. Dúvidas e mais dúvidas. É peculiar ver este “anúncio” (que o não é…). Porque o mercado de imprensa está sequioso de notícias Apple e faz tempo que não se cavalga esta onda que sempre vende qualquer coisinha (aposto que o nosso Director não vai fazer chamada de capa de um suposto carro eléctrico Apple). E eu amava (juro!) que um futuro Presidente de Câmara me viesse dizer que, devido a políticas ambientais, os veículos pré-Yosemite deixariam de poder circular nas ruas da Baixa lisboeta… E é tão provável que isso venha a acontecer. Até porque eu achei todo o conjunto noticioso uma enorme especulaçã­o disparatad­a.

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