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DESCOMPLIC­ÓMETRO

Este mês vamos descomplic­ar a tecnologia PowerLine, que permite construir uma rede usando a instalação eléctrica de uma casa.

- POR PEDRO TRÓIA

PowerLine Este mês vamos descomplic­ar a tecnologia PowerLine, que permite criar uma rede de Internet usando a instalação eléctrica de uma casa.

Atecnologi­a PowerLine serve para ligar dois, ou mais, dispositiv­os digitais em rede usando a instalação eléctrica. Liga-se uma interface PowerLine numa tomada, liga-se o dispositiv­o que queremos ligar em rede a essa interface através de um cabo de rede normal ou Wi-Fi, consoante o tipo de interface utilizado, e depois faz-se o mesmo noutro local da casa. É tão simples como isto. Ao contrário do que muitos podem pensar, nos anos 20 do século passado uma forma simples de tecnologia PowerLine já era usada pelas empresas de produção e distribuiç­ão de energia eléctrica para comunicaçõ­es de voz, recolha de dados e controlo remoto de dispositiv­os da rede eléctrica. Em 1991 foi ensaiada em Manchester, Inglaterra, a criação da primeira rede de comunicaçõ­es digital de alta velocidade através da rede eléctrica. O grande problema que as primeiras equipas de desenvolvi­mento tiveram de ultrapassa­r tinha que ver com o ruído electromag­nético na rede eléctrica. Na sua grande maioria os cabos eléctricos não precisam de isolamento contra sinais electromag­néticos que são emitidos por praticamen­te todos os dispositiv­os que se podem ligar à rede eléctrica, o que os transforma em autênticas antenas que apanham todo o tipo de ruído emitido por esses dispositiv­os. Em oposição, os cabos de rede tradiciona­is têm uma malha metálica que envolve os cabos condutores do sinal e que serve de blindagem a essas interferên­cias. O ruído electromag­nético faz com que a comunicaçã­o digital através dos cabos eléctricos se torne muito lenta ou mesmo impossível. Por isso, o período entre 1995 e 1997 foi gasto a tentar descobrir formas para solucionar o problema da interferên­cia de ruído electrónic­o nas redes PowerLine de forma a preparar esta tecnologia para chegar ao mercado de consumo. O problema foi solucionad­o em parte através da utilização de processado­res dedicados que estão sempre a monitoriza­r a qualidade da ligação e a alterar as frequência­s usadas na comunicaçã­o de forma a minimizar o problema do ruído.No entanto, se tiver uma rede deste tipo, com um dispositiv­o “barulhento” pelo meio, como um frigorífic­o ou uma máquina de lavar, nunca conseguirá o mesmo desempenho que numa ligação mais “limpa”. Os primeiros dispositiv­os comerciais com tecnologia PowerLine conseguiam uma velocidade máxima teórica de 20 Mbps. Neste momento, os dispositiv­os mais rápidos conseguem uma velocidade teórica de 1,2 Gbps e usam todos os cabos da instalação – neutro, fase e terra – para o conseguir. No presente as redes PowerLine são usadas em dois cenários típicos. O primeiro visa aumentar o alcance de redes sem fios. O sinal das redes Wi-Fi não lida muito bem com cantos e paredes grossas. Por isso, mesmo que a casa seja pequena, há fortes hipóteses de a rede não chegar a todo o lado. Por isso, usa-se uma interface PowerLine que é ligada com um cabo ao router de Internet. Depois o sinal é enviado através da instalação eléctrica para outra interface que está instalada num sítio da casa onde o Wi-Fi não chegue. O segundo cenário envolve criar uma rede entre dois dispositiv­os que estão longe um do outro. Neste caso liga-se uma das interfaces PowerLine ao router, a outra é instalada no sítio para onde quer levar a rede, depois liga-se ao dispositiv­o que quiser usar, por exemplo uma consola ou um computador.

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