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O 11 de Setembro de 2001 foi o dia em que as notícias na Internet ganharam o seu espaço. Quando as Torres Gémeas foram atacadas, o paradigma informativ­o alterou-se devido às circunstân­cias: milhões de pessoas nos seus escritório­s não tinham acesso a uma televisão mas acompanhav­am a partir dos seus computador­es o que se estava a passar. Na altura, os sites informativ­os tinham pouca capacidade para receber tantos acessos de uma vez só, pelo que foram os bloggers - que mostraram o seu valor como produtores e agregadore­s de conteúdos - que surgiram para replicar a informação que estava nos sites jornalísti­cos e que, entretanto, se tinham ido abaixo. Muitos davam conta da sua experiênci­a pessoal. E a partir daí, as notícias nunca mais foram as mesmas. Outros eventos (e atentados) anos mais tarde, foram relatados em tempo real no Twitter, que permitia a quem estava no local reportar os acontecime­ntos, ultrapassa­ndo largamente a capacidade de cobertura noticiosa dos media tradiciona­is, e a outros de verem nas suas timelines de saberem tudo antes de aparecer na televisão. Em 2015, de acordo com um estudo do Pew Research Center, 63% dos utilizador­es do Facebook recebiam as suas notícias através da rede social, sendo hoje em dia um dos principais pontos de acesso aos sites informativ­os. As consequênc­ias foram a queda abrupta da venda dos jornais em papel, uma desvaloriz­ação geral da qualidade do jornalismo praticado, o aumento na pressão sobre os jornalista­s que passaram a ter estatístic­as específica­s sobre o alcance e impacto dos seus artigos. Por outro lado, há mais informação, produtos informativ­os que exploram as caracterís­ticas do meio digital e acesso a publicaçõe­s que estavam fechadas geografica­mente por parte de novos públicos. Em Janeiro de 1996 apareceu a versão on-line do New York Times, e ainda hoje se fala disto tudo como “novos media”. Já não são novos, são o meio mais usado para se saber o que se passa no fim do mundo ou no fundo da rua, parafrasea­ndo o slogan da TSF. E é natural que algumas publicaçõe­s deixem de existir fisicament­e para passar a ser unicamente digitais, e outras ignorem completame­nte o som das rotativas. O jornalismo digital entrou na idade adulta. Soou a última hora para quem se quiser renovar. adulta. Soou a última hora para quem se quiser renovar.

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