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Se acha que a ideia de uma imagem em 3D é recente, desengane-se.

Hoje em dia damos por garantido o 3D. Qualquer imagem em duas dimensões já pode ser convertida sem grandes problemas para as três, e até existem impressora­s capazes de criar objectos com tamanho, largura e profundida­de, uma coisa que há dez anos era tema para filmes de ficção científica. Mas se acha que a ideia de uma imagem em 3D é recente, desengane-se. No ano em que o rei D. Carlos era morto em Lisboa, cerca de um mês depois, a 3 de Março, o médico e professor Gabriel Lippmann apresentav­a a Fotografia Integral na Academia Francesa de Ciências. Os relatos da época contam que os seus pares ficaram de boca aberta quando viram a fotografia apresentad­a, capaz de ser vista na sua totalidade de vários ângulos. O segredo estava na “massa”, ou seja, nas lentes com que a fotografia era tirada. Ao contrário das normalment­e usadas na altura, um círculo de vidro único e convexo, as lentes usadas por Lippmann eram compostas por microlente­s esféricas, com um padrão muito semelhante aos olhos de uma mosca (aliás, o nome em inglês é mesmo lentes Fly Eye), que criavam uma fotografia com efeito de paralaxe em todas as direcções. O ano de 1908 acabou por ser muito bom para Gabriel Lippmann: além de ter apresentad­o a Fotografia Integral, viria a receber o Prémio Nobel da Física por outra invenção sua, quiçá ainda mais importante que esta: a reprodução de imagens a cores, cujo método usado foi o pontapé de saída para a criação dos hologramas.

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