Um largo espectro de cores
AMicrosoft anunciou recentemente quee a Xbox iria suportar jogadores de outras plataformas,mas, como a PS4 e o PC. Na prática, isto significa que a Microsoft está a convidar os programadores destas plataformas a incluírem essa funcionalidade nos seus jogos e a alterar radicalmente a forma como se joga on-line, para deleite de milhares de gamers em todo o mundo. Esta iniciativa da Microsoft faz pensar em todas as alterações que ocorreram no gigante do software nos últimos anos. Até há bem pouco tempo, as aplicações da Microsoft corriam quase exclusivamente em x86 e em ambientes Windows. Hoje em dia é vulgar ver o Office disponível para processadores ARM e Qualcomm, em sistemas operativos Android e iOS e ver o Halo a correr em PC ou num iPad. Além do incentivo económico de alargar a base de clientes a outras plataformas, esta alteração é também o reconhecimento de que o mundo já não é a preto e branco – Windows contra Mac – mas que se transformou num largo espectro de cores, para dar resposta a todos os gostos. Isto não significa que a Microsoft tenha abandonado o combate Windows vs. OS X; pelo contrário, até anunciou recentemente uma nova campanha nos EUA em que destaca funcionalidades do Windows 10 que não estão disponíveis nos Mac, como o assistente Cortana ou o Windows Hello. O que isto significa é que existem cada vez menos indefectíveis do Windows e indefectíveis do Mac, dos que chegam a usar autocolantes da marca da maçã na traseira do seu carro. Hoje em dia a norma é trabalharmos com Windows e usarmos um iPhone, ou trabalharmos com um Mac e ter um tablet Android por perto. Por um lado, todos reconhecemos pontos mais fortes e menos fortes nas diferentes plataformas, por outro valorizamos cada vez mais a possibilidade de poder escolher. E no meu entender, este é o ponto-chave desta alteração: a liberdade de escolha. Na década passada, quando o Windows era de facto o sistema operativo dominante no mercado, a Microsoft tinha uma imagem de inflexibilidade e de uma empresa a quem faltavam incentivos para inovar. O crescimento da Google, numa primeira fase, e mais tarde da Apple, fizeram alterar as regras do jogo e a Microsoft teve de arrepiar caminho e apostar decisivamente em ouvir o mercado e responder aos anseios dos seus utilizadores através da inovação. Hoje em dia, olho para a Microsoft e vejo uma empresa que se reinventou na cloud, mais aberta ao mercado, mais ágil, mais inovadora, melhor para os clientes, para os colaboradores e para os accionistas. É um grande exemplo de como a concorrência é o principal motor de inovação numa indústria com o dinamismo das tecnologias, para que cada um de nós possa escolher a sua preferência de um largo espectro de cores.