E-MAIL, BROWSER, CALENDÁRIO E CLOUD
O Windows 10, além das mexidas técnicas que fez ao “motor”, também representa uma viragem no design de aplicações da Microsoft, ao passar do skeumorphic para o flat, o que também já se tinha visto no iOS 7 (2013) e, no ano antes, com o Windows Mobile 8. Com isto, algumas das principais apps de produtividade deste sistema operativo tiveram que se alinhar com a nova interface e deixar o “folclore” de lado. Para mim, a simplificação extrema, pelo menos do cliente de correio electrónico e do browser (de Internet Explorer passou a Edge), não correu bem. Foi-me muito difícil encontrar aquilo de que precisava em ambas as interfaces, especialmente na do Edge. Há mais gente como eu: basta ver alguns fóruns do género onde as pessoas criticam estas apps e que preferem usar alternativas. Foi o que fiz e, provavelmente, também a maioria dos utilizadores do Windows 10: mudar. No caso do cliente de e-mail, nem precisa de sair do universo Microsoft, pois pode usar o Outlook que vem com o Office. Já no caso de não se adaptar ao Edge, a melhor solução é provavelmente a que já usava antes de fazer o update para este sistema operativo: continuar a usar o Chrome. Eu percebo a estratégia da Microsoft em redesenhar estas apps e mantêlas muito simples e desprovidas de botões, mas, especialmente no navegador de Internet, tive muitas dificuldades em usar as funções tradicionais como acontece na app da Google – a curva de aprendizagem é grande e o esforço acaba por não compensar. O oposto aconteceu com outra app de origem do Windows 10: o Calendário, onde a adaptação ao novo design se fez sem problemas. Resultado: está tudo no sítio certo e é muito fácil gerir os nossos compromissos, o que me faz concluir que podia deixar de usar completamente a app correspondente do Google. Finalmente, e para fechar o tema da produtividade, temos o OneDrive, o serviço de cloud da Microsoft, que nos dá 5 GB de espaço gratuito; o primeiro plano nem é muito caro, uma vez que a troco de apenas cinco euros mensais ficamos com 50 GB disponíveis. O problema é que ninguém usa o OneDrive para trabalhar, pelo menos, as pessoas com quem tenho de partilhar ficheiros (e que partilham comigo) diariamente. Tal como o Word oblitera completamente o Pages, também o Dropbox não deixa margem de manobra no campo da cloud e o facto de existir uma coisa chamada Google Drive também não ajuda. A verdade é que ambos funcionam de forma muito melhor que a solução da Microsoft – por exemplo, não podemos copiar um link para partilhar a partir do ficheiro que está numa pasta local, um dado adquirido nos rivais do OneDrive. Há pequenas coisas a que já estou muito habituado no Dropbox e que não consigo replicar no OneDrive, pelo que tive de colocar este programa em segundo plano. Porém, e como 5 GB estão garantidos, pode sempre usar o seu espaço na cloud para fazer backups de ficheiros.