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AO SERVIÇO DOS VIDEOJOGOS

- POR LUÍS ANDRADE

Este ano faço vinte anos que, timidament­e, comecei a escrever sobre videojogos numa pequena revista portuguesa. Chamava-se SuperJogos e era única porque permitia que todos os leitores participas­sem nela com as suas opiniões, dicas e artigos. A partir daí nunca mais deixei esta indústria, mas o segundo momento marcante da minha carreira foi quando entrei no Gamespot e me despedi do emprego que tinha na altura. Nunca mais teria de estar em frente ao forno a cozer centenas de pães para os clientes da loja. Os videojogos passaram a ser o meu principal trabalho e as recordaçõe­s são imensas. Como por exemplo, a primeira vez que entrei no Los Angeles Convention Center, onde decorre a famosa feira de videojogos, a E3. Fiquei perto de meia-hora a absorver o impacto daquele mundo magnífico e dei por mim a contar quantos LCD estavam pendurados no tecto daquele primeiro pavilhão. Ao longo destes anos tive o privilégio de conversar com dezenas de produtores de jogos, como Hideo Kojima, Gabe Newell, ou de conhecer talentosos artistas como Tiago Sousa, Filipe Pina e Nuno Folhadela. Desbravei o mundo on-line aos comandos de portais de jogos e agora estou numa das mais conceituad­as revistas de tecnologia portuguesa­s. Como sou uma pessoa de projectos, o próximo passa pelo YouTube e pelo streaming de jogos. Lamento apenas que, quando criei o primeiro canal de jogos em 2012, não tenha tido a capacidade de perceber que deveria tê-lo mantido “aceso” até aos dias de hoje. Por isso, o desafio é muito maior, mas também mais aliciante. Também lamento o desapareci­mento da revista de jogos BGamer, com o fecho do seu site. Hoje em dia dá-se mais valor aos youtubers que os media tradiciona­is e já nem os grandes portais de jogos escapam a tamanha distinção. No futuro, provavelme­nte, o papel passará para os streamers, mas nunca saberemos…

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