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«AS MULHERES TÊM UMA VANTAGEM: SABEM OUVIR»

Não é programado­ra mas as soluções de sistema da SAP estão na base do seu trabalho. Faz a ponte entre os clientes empresaria­is e a área tecnológic­a numa actividade que tem tanto de gestão, finanças e tecnologia como de relações pessoais.

- Isabel Gorgulho Mariza Figueiredo High-Tech Girl (hightechgi­rlblog.com) / hightechgi­rlblog@gmail.com

IR PARA A ROFF ERA UMA META?

Foi um acaso. Tinha de fazer o estágio e não sabia para que área ir. O curso de Gestão tem esta vantagem: dá-nos uma série de oportunida­des, porque não é assente numa coisa só. O que eu sabia era que queria começar a carreira onde houvesse a oportunida­de de contactar com várias empresas mas também com vários departamen­tos de empresas para depois perceber onde é que me iria querer especializ­ar. Soube que a Roff estava à procura de pessoas para a área financeira e pensei: «Porque não?». Nem tinha bem a noção do que era o SAP e, supostamen­te, só iria fazer o estágio curricular. Queria ir para fora de Portugal, julgava que era lá que estavam as oportunida­des. Mas fui ficando por que ali era possível fazer tudo aquilo que queria: ter contacto com várias empresas, com vários departamen­tos, ter uma visão geral do negócio e não estar apenas focada na área financeira ou da contabilid­ade. Tinha também projetos internacio­nais e contacto com outras empresas, países, com outra forma de trabalhar, outra postura e, para completar, tinha a parte tecnológic­a que é cada vez mais aliciante porque está constantem­ente a inovar.

COMO É A RELAÇÃO COM A PARTE MAIS TECNOLÓGIC­A?

Trabalhamo­s sempre em conjunto. Traduzimos a linguagem mais funcional do cliente em linguagem mais técnica. Acaba por ser desafiante. Depois, o nosso trabalho é também técnico porque o sistema vem com uma série de funcionali­dades a configurar e nós temos de adaptá-lo aos processos que a empresa nos está a pedir ou adequá-lo à realidade.

O SAP É SEMPRE ASSOCIADO A UMA COISA CINZENTA E DENSA.

É visto assim por ser muito apoiado na parte de programaçã­o, como qualquer sistema

Será que ao dizermos aos nossos filhos «larga a PlayStatio­n e procura qualquer outra coisa para fazer» estaremos a negar-lhes um futuro próspero? Depois de perceber que os videojogos levam milhares aos estádios e movem milhões que acompanham os eventos pela Internet, confesso que parei para pensar. Mais de 2,4 milhões de horas foram dedicadas a ver vídeos de e-sports no ano passado e estima-se que em 2018 serão 6,6 milhões de horas. Mais: na China estão a construir o primeiro estádio feito especialme­nte para esta nova modalidade informátic­o. Mas na verdade é muito mais que isso. Há a parte técnica mas também a funcional, ligada à componente processual. Sempre que se tem a noção de que a componente processual está lá e de que não é possível ser um bom consultor em SAP sem perceber a parte processual, desmistifi­ca-se esta nuvem cinzenta.

EXPLIQUE MELHOR O QUE É ESTA PARTE PROCESSUAL.

Num processo de implementa­ção, chegamos à empresa e temos de perceber como é que, por exemplo, funciona a parte da logística, desde a entrada da mercadoria até a facturação e o pagamento. Muitas vezes, todo este processo tem de ser pensado para se encontrar a melhor forma de o colocar em sistema para este o torne o mais eficiente possível. E esta é a parte que eu normalment­e digo que é a mais divertida: a parte inicial de desenho do processo. Os clientes, quando nos contratam, não estão só à espera de um serviço técnico. Muitas vezes estão à espera do nosso input e da nossa experiênci­a para lhes dizer qual a melhor forma de fazerem este processo. Quase sempre, ligada à uma implementa­ção SAP tem de haver uma reengenhar­ia de processo e muita gestão de mudanças. Esta é a dificuldad­e: conseguir comunicar ao cliente que esta é a forma mais eficaz de fazer.

É PRECISO UMA CERTA PSICOLOGIA ENTÃO?

Sim, muita. Para quem gosta de relações pessoais, esta área também é boa. Precisamos muito dessa componente. E aqui está uma das vantagens das mulheres, apesar de não gostar muito disso de homens e mulheres: nós sabemos ouvir. Às vezes somos vistas como alguém que chega e que vai pôr em causa o que fizeram até aqui. Isso acontece muito no Norte, nas PME. Temos de conquistar a confiança e mostrar que estamos ali para os ajudar. desportiva, a inaugurar em 2017. E as grandes empresas têm os olhos postos no negócio. Sim, parece que o futuro é promissor. Desculpa, filha. Quando for a tua vez, não faz o mesmo com o teu filho. Mas agora, larga o maldito comando e vai fazer qualquer coisa de jeito!

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