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CONCORRÊNC­IA DESLEAL

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Sempre que saem novos smartphone­s para o mercado esperam-se funcionali­dades diferencia­doras. «Ah, este tem leitor de disquetes», «Wow, mas o novo daquela marca inclui uma prática saída VGA», ou ainda «Elá, que este menino traz um telégrafo na parte de trás». São tudo coisas que gostávamos de ver nos smartphone­s, hoje em dia. Desconfio até que se algumas marcas perguntass­em aos seus clientes o que gostavam de ver no modelo do próximo ano alguém iria dizer: «Uma gaiola para albergar um pombo correio e alpista grátis todos os meses». Uma boa empresa, tanto tecnológic­a, como de outro ramo qualquer, é aquela que, além de nos resolver problemas, cria necessidad­es do nada. Será que era mesmo preciso andar na rua e ouvir música ao ouvido? A Sony disse-nos que sim, e por isso criou o Walkman. Então e cortar a barba sem ser com a lâmina do barbeiro? Claro, o sr. Gillete tratou de nos instruir nesse sentido. Todos nós sabemos qual tem sido a empresa tecnológic­a que nos tem criado algumas necessidad­es até então desconheci­das nos últimos vinte anos, mas há uma outra que lhe está a fazer uma concorrênc­ia feroz, até desleal, e que, de ano para ano, ameaça de forma acérrima o seu posto. Então não é que agora puseram-se a inventar uma forma de atear fogo, com um simples dispositiv­o, a qualquer coisa? Já há relatos de pessoas queimadas (não, a Inquisição não está de volta), automóveis e até mesmo casas. É pena já não estarmos em época de Santos Populares, pois aquela famosa expressão de uma coisa ser tão boa «que até faz torradas» podia servir que nem uma luva nos arraiais: «Este phablet é tão bom, que até ateia um belo lume para assar sardinhas». São timmings...

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