«IT WORKS LIKE MAGIC»
Não foi um bom ano para a Apple. A empresa falhou vários objectivos e Tim Cook sofreu com isso: o board cortou-lhe o salário em 15% e o CEO apenas levou para casa oito milhões de euros. Razões para isto? Simples: a Apple inovou zero em 2016. Todos os produtos foram um bocejo completo e, não fosse a Samsung a transformar o seu Note 7 em bomba, os resultados poderiam ter sido mesmo catastróficos para os lados de Cupertino. A marca que liderou a inovação em dispositivos móveis durante uma mão cheia de anos tem vindo a acumular tiros ao lado, sobretudo depois de ter lançado o iPhone 5, talvez a inovação mais marcante desde que Jobs anunciou o seu revolutionary mobile phone em Janeiro de 2007. Nesse ano, a Apple começou a liderar a revolução nos smartphones: eu tive um e lembro-me perfeitamente de as pessoas ficaram espantadas a olhar para o pedaço de vidro e alumínio que tinha na mão. Era a primeira vez que não era preciso um stylus para interagir com uma interface táctil, o que acabaria por condenar ao ostracismo, e de forma irreversível, os Pocket PC com Windows. O resto da carneirada tecnológica acabaria por seguir o ‘modelo iPhone’, com melhores resultados: hoje, o smartphone da Apple perde em toda a linha para a concorrência: há câmaras, baterias, chips, ecrãs, formas de carregamento, conectividade e máquinas fotográficas melhores, o que não acontecia no princípio. O design também tem ficado pior ao longo dos anos, basta ver as linhas brancas ridículas do 6 e 6S para perceber que este modelo não vai fazer parte de qualquer manual de design industrial, quando se fizer uma retrospectiva daqui a uns anos. Tim Cook descansa os fãs: «O melhor ainda está para vir», disse o líder da maçã no dia em que o iPhone fez dez anos. Vai ser preciso muito mais que o melhor da Apple para sobreviver a 2017 - tal como disse Steve Jobs durante apresentação de 2007, é preciso que o iPhone volte a trabalhar como se fosse magia.