Conhecemos melhor Caitlin Pantos, da equipa de Segurança e Privacidade da Google.
Está na Google desde que foi formada a equipa especializada em Segurança e Privacidade online. Veio recentemente a Portugal participar numa acção de sensibilização do público para o tema e aproveitou para nos contar a sua experiência.
O QUE A LEVOU A SEGUIR UMA CARREIRA LIGADA À SEGURANÇA E PRIVACIDADE?
A minha formação, na realidade, é na área de Humanidades: tenho um mestrado em Inglês. Segurança e privacidade não têm que ver apenas com tecnologia, engenharia e código. É sobre lei, filosofia, ética, comunicação e cultura. É uma área fascinante, em que impera a interdisciplinaridade e que atrai um grupo muito diverso de pessoas dos mais variados sectores. Foi isso que despertou o meu interesse.
SEMPRE TRABALHOU NESTA ÁREA?
Comecei por trabalhar mais especificamente em privacidade. Foi em 2011 quando estávamos a formar a equipa de privacidade na Google. Creio que esta foi a primeira grande empresa a ter uma equipa especificamente criada para esta área. E integrei-a desde os primórdios. É interessante ver como ao longo destes anos o grupo evoluiu, assim como a área dentro desta indústria. É um sector que tem vindo a ganhar mais e mais importância e de que se fala muito.
O QUE MUDOU DESDE ENTÃO?
As opções que as pessoas têm agora são muito mais pessoais. A tecnologia deve servir às pessoas de maneira a que ninguém tenha de se dar ao trabalho para a conseguir usar, para usar um produto. Creio que a principal mudança ao longo deste tempo é o facto de as opções e das ferramentas que as pessoas têm à sua disposição serem cada vez mais intuitivas. É mais fácil compreenderem o que é segurança e privacidade online e serem capazes de fazer boas escolhas a este nível.
COM A INTERNET CADA VEZ MAIS PRESENTE NA VIDA DE TODOS NÓS, ACREDITA QUE A PRIVACIDADE COMO A CONHECEMOS DESAPARECERÁ PARA SEMPRE?
Na realidade, não. Com as iniciativas e melhorias que temos vindo a desenvolver, a Google tem-se empenhado mais que nunca em dar às pessoas controlo alargado sobre as suas informações pessoais e mais escolhas sobre como manter a sua segurança e privacidade online.
MAS HÁ QUEM SE INCOMODE COM ESTA PRESENÇA INTENSIVA DA GOOGLE NO SEU DIA-A-DIA. SABE ONDE ESTAMOS E POR ONDE ANDAMOS.
O que realmente gostava de transmitir é que o controlo está nas mãos das pessoas. Há inúmeras opções que permitem que controlem a informação que é recolhida pelos sites e como é usada. Cada um tem a liberdade de escolher usar ou não certos produtos, de acordo com o que faz sentido para as suas vidas. A informação recolhida pela Google é utilizada sobretudo para fazer com que os produtos que disponibilizamos funcione da melhor forma para os seus utilizadores.
ADOLESCENTES USAM OS SEUS DADOS COMO MOEDA DE TROCA PARA ACEDER A JOGOS E APLICAÇÕES SEM PRECISAR PAGAR...
Quando me dirijo a esta faixa etária, não costumo falar de segurança, prefiro expressões como ‘boas escolhas’. E digo-lhes que devemos fazê-lo exactamente como faríamos na vida real. Na verdade, já não há diferença entre a vida que levamos online e a que levamos fora da Internet.
OS SMARTPHONES REQUEREM MAIS CUIDADOS QUE COMPUTADORES PORTÁTEIS?
A segurança de qualquer dispositivo é muito importante e, portanto, devemos ter o mesmo cuidado com todos. É importante que estejam protegidos e que estejam bloqueados quando não estão em uso. As vulnerabilidades de um computador portátil, ou de um smartphone, são praticamente as mesmas. E a maior delas é o aceso às contas do seu utilizador. Talvez o passo mais importante a dar seja a verificação em dois passos, isso tornará tudo muito mais seguro.
E SE TUDO DER ERRADO?
Deve-se imediatamente limpar o dispositivo à distância, o que é possível fazer com o Android Device Manager. As passwords devem também ser mudadas. Na plataforma My Account, da Google, é possível encontrar toda a informação útil sobre estes passos e sobre segurança em geral. Vale a pena lá ir.