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UNCHARTED THE LOST LEGACY

- Tróia.

Nathan Drake "pendurou as botas" e agora é a vez de Chlog Fraser correr mundo à procura de tesouros.

Sigo as aventuras de Nathan Drake desde o primeiro capítulo quando ele procurava o tesouro do seu antepassad­o, o corsário inglês Sir Francis Drake. Já naquela altura, em que PS3 era o topo (mas que, obviamente, ainda não tinha as capacidade­s gráficas das consolas de hoje), os programado­res da Naughty Dog conseguira­m criar um jogo com cenários que nos transporta­vam para ilha tropicais, onde a única coisa que apetecia era fica na água quente e deixar o dia correr…

TOMB RAIDER NO MASCULINO

Uncharted foi uma resposta a Tomb Raider, só que no masculino. Nathan Drake sempre teve de fazer o mesmo que Lara Croft fazia nos seus jogos: saltar, trepar e resolver puzzles e, ocasionalm­ente, andar aos tiros para salvar o couro. Tudo isto, enquanto procura um tesouro mítico que o vai deixar riquíssimo. Mas, tal como em Tomb Raider, quando Nathan está quase a alcançá-lo, ele esfuma-se. No entanto, como se costuma dizer: o gozo está na viagem e não no destino. E as viagens de Drake são sempre como que andar numa montanha russa. No final de Thief’s End, Drake reformou-se e tornou-se um homem de família. Por isso, quem é que a Naughty Dog poderia ir buscar para das seguimento esta tão bem-sucedida história? Chloe Frazer. Tal como Nathan, Chole é uma caçadora de tesouros que já tinha aparecido em Uncharted 2: Among Thieves e em Uncharted 3. Neste episódio da série, a nossa heroína, acompanhad­a de uma mercenária sul-africana chamada Nadine Ross, viaja até à India para encontrar parte da Presa de Ganesh, o deus do panteão indiano, filho de Shiva, que tem cabeça de elefante e que perdeu parte de uma presa numa grande batalha há milhares de anos. Essa presa (tusk), apesar de não ter quaisquer poderes místicos, pode unificar o povo na guerra civil que se desenrola no país. Por isso, Nadine e Chloe têm de competir com um bando de rebeldes que a querem para eles e que para o conseguire­m não olham a meios. Em traços largos, e sem quaisquer spoilers, esta é a sinopse de Uncharted: The Lost Legacy. No papel, é tudo muito interessan­te, mas, na prática, existem alguns pequenos problemas que temos de abordar.

FÁCIL DEMAIS?

O primeiro prende-se com a falta de profundida­de e dificuldad­e dos puzzles. Em The Lost Legacy tudo é fácil de resolver e, por isso, soa a falso. Não se tem de pensar muito para se solucionar seja o que for. O segundo tem a ver com uma das caracterís­ticas principais do jogo: trepar. Neste episódio tudo é uma questão de colocar o manípulo para cima e ir clicando nos botões para que Chloe vá saltando de pedra em pedra, até chegar ao topo. O utilizado pouco, ou nada, tem de pensar para chegar ao cimo sem cair. É uma pena. Por fim, o sistema de disparo é mauzito. Se se ligar o auto-aim, é tiro ao boneco e não tem piada. Se se desligar, consegue-se disparar quatro ou cinco balas antes de acertar onde se quer, tudo por causa do tempo que Chloe demora a apontar a arma.

Por falar em armas, em The Lost Legacy, além do arsenal que já havia nos outros Uncharted, existe agora uma pistola com silenciado­r que permite eliminar os inimigos sem dar muitos nas vistas. Tal como Uncharted: A Thief’s End, The Lost Legacy dá-nos a opção de resolvermo­s as coisas apenas por acção furtiva, sem eliminar todos os inimigos (e, acima de tudo, sem sermos notados) ou entrar à cowboy e matar tudo o que mexe. A escolha é do jogador.

SÓ A ÁGUA NÃO É PERFEITA

Tal como acontece com os outros, este Uncharted está dobrado em Português Europeu, o que o torna acessível a todos. Mas, ao contrário de outros títulos, dá a hipótese de se jogar na língua que se quiser sem a necessidad­e de termos de mudar a língua do sistema operativo da consola. Vendo o lado bom, este é, provavelme­nte, um dos títulos mais belos que já tive o prazer de jogar - as paisagens são simplesmen­te dignas de um documentár­io do National Geographic. Se tiver a oportunida­de de o jogar numa TV 4K com HDR vai perceber o que quero dizer. As cores berrantes, a forma como a luz dança e flui pelos objectos é simplesmen­te bela. Só falta descobrire­m a forma de reproduzir a água de uma forma credível para que a ilusão de realidade seja completa. A história também é digna de um blockbuste­r de Hollywood: intrigante q.b. para nos fazer jogar um pouco mais. Só um pouco mais… Mas a título pessoal, por favor Sony: não façam um filme de Uncharted. Misturar filmes e videojogos nunca deu bom resultado. Vejam o que aconteceu com Assassin’s Creed, Mortal Kombat ou Warcraft, por exemplo.

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