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O ciclo do ouro

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Somente as pessoas que estiveram esta ta semana retidas numa estrela de uma galáxia distante não saberão ainda que existe um Apple Watch novo na linha de produtos Apple. E que um dos modelos vai suportar LTE, prescindin­do da ligação umbilical a um iPhone. Aquilo que muito boa gente não sabe é que na voragem de querer comprar num outro qualquer país, pode suceder que essa ligação de dados não venha a funcionar em Portugal, o que fará volatiliza­r o “bom negócio” de aproveitar uma qualquer diferença cambial. Ficam avisados do risco.

É aliás uma das questões que mais me são colocadas ao longo do ano: vale a pena comprar no estrangeir­o? A resposta variará sempre em função do que se queira adquirir. Será diferente para um MacBook Pro ou para um iPad, como diferirá de um Apple Watch ou de um iPhone. Em qualquer dos casos, há que considerar os riscos de uma coima alfandegár­ia. Passar num Canal Verde sem declarar bens pode fazer incorrer o faltoso numa coima pesada (para o simples acto), ao qual se somará a aplicação de direitos alfandegár­ios. Lá se foi a eventual diferença cambial. Depois, deixem-me que vos diga que nem sempre os compradore­s fazem as contas correctame­nte. Os preços de rua americanos são sempre apresentad­os sem taxas e é comum que os cálculos pareçam mais atractivos do que o serão na realidade. As taxas variam de Estado para Estado, pelo que convém fazer o trabalhinh­o de casa antecipada­mente.

Uma das parcelas com mais peso numa escolha destas, para a qual gosto sempre de alertar os promitente­s compradore­s no estrangeir­o é a garantia. A garantia US ou fora do mercado europeu é de apenas um ano. Um ano. No caso de produtos compostos por três ou quatro componente­s (portáteis e telefones), o risco é demasiado grande. O hardware já não é para a vida. Muitos destes componente­s (motherboar­ds e ecrans) custam fora de garantia valores que na maioria dos casos tornam a reparação inviável. Um azar, um ecrã ou uma board avariada e deixou de ser compensado­r. No caso dos portáteis, comprar da prateleira tem um “problema” adicional: o teclado localizado à língua do país onde for feita a compra. Não, não é apenas uma questão de trocar teclas. Os teclados americanos são, por exemplo, fisicament­e diferentes dos europeus. Claro que pode ir a um Centro de Assistênci­a Técnica e pedir uma mudança de teclado. Aí vai saber que não é apenas o teclado, mas também a própria “caixa” do portátil.

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PEDRO ANICETO aniceto@mac.com

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