Com que então, vintage?
Sabemos, nós os utilizadores Mac, que ue nada é para sempre. Refiro-me à vida dos materiais, das nossas máquinas. Não esperamos que tudo trabalhe eternamente, que o hardware que comprámos em 1984 ainda funcione (por acaso a maioria das minhas relíquias ainda funciona), mas caramba, Apple, tenho uma máquina com sete anos que me serviu fielmente até ser declarada morta e negada a Assistência. Isto vem lançar a discussão sobre o prazo de vida de equipamentos que não custam meros cêntimos. Em média, seis anos depois do lançamento, a Apple declara-as obsoletas e diz-nos um patético «temos pena», quando por uma razão ou por outra necessitamos de assistência.
Algures, em algum momento, o fluxo industrial de peças para um dado equipamento terá de cessar. Eu até entendo isso mas, convenhamos: seis anos é demasiado apertado para que o meu velho companheiro de tantas horas de trabalho faleça inapelavelmente. E morreu de velhice, perguntarão?
Não. Morreu de um problema conhecido e reconhecido por quem o fabricou. O tristemente famoso Síndroma da Placa Gráfica que levou a que dezenas e dezenas de portáteis iguais a este vissem substituídas as respectivas motherboards. A do meu foi substituída após cinco anos de trabalho. Esperava (sinceramente) que durasse outros tantos. Não aconteceu. No início deste ano, despediu-se de mim sem uma carta ou um postalinho. Um e-mail que fosse.
E o que faz a Apple? Diz-me um não menos patético «temos pena», traduzido num monte de argumentos (para mim inaceitáveis) que só significam «compra outro». Talvez compre. Talvez. Mas iremos discutir até à última frase do debate sobre o respeito para com o consumidor.
Mas… mas… tu sabias, Apple, que esta era uma máquina problemática. Tanto que o sabias que a dada altura foste tu mesma que substituíste peças que reconhecias como defeituosas. E já nem falo da Lei que prevê que o material trocado goze de dois anos de garantia. Garantia essa que tu negas, fria e secamente. «Temos pena». Também eu tenho e não é pouca. Porque o dinheiro me custa a ganhar e acho que aqui não tens razão nenhuma. Nenhuma. Nunca pensei, dizer-te isto, Apple, mas vamos ver-nos em tribunal.