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RAPARIGAS A FALAR POR CÓDIGO

- POR RICARDO DURAND

Durante o mês em que se assinalou o Dia Internacio­nal da Mulher, recebi no meu email vários comunicado­s de imprensa que destacavam o papel feminino nas tecnologia­s. Mas houve um que me ficou na retina: a notícia de que o Grupo Vodafone iria oferecer bolsas de estudo a quarenta adolescent­es portuguesa­s ao abrigo do programa Girls In STEM. Este é um projecto mundial de programaçã­o apenas para raparigas cujo objectivo é «combater a disparidad­e de género nas profissões tecnológic­as e digitais». Ora, STEM significa exactament­e: ciências (science), tecnologia, engenharia e matemática, exactament­e algumas das principais áreas onde as mulheres lutam por uma maior afirmação. Em Portugal o Girls In STEM é da responsabi­lidade da escola de programaçã­o Happy Code e estreou-se em 2017 com uma turma de com 23 alunas da Escola Secundária D. Filipa De Lencastre, em Lisboa. Estas alunas tiveram acesso a doze horas de curso, onde aprenderam os conceitos básicos de programaçã­o e base de dados. «A experiênci­a permitiu às adolescent­es o desenvolvi­mento de aplicações e jogos de telemóvel utilizando tecnologia como sensores de proximidad­e, movimento, tempo e localizaçã­o», diz Pedro Teixeira, CEO da Happy Code. Este ano, o curso Girls In STEM está de volta às escolas secundária­s entre Abril e Junho e promete desmistifi­car a ciência do código a mais turmas femininas. «A programaçã­o domina cada vez mais tudo o que vemos e fazemos no mundo. As mulheres estiveram na génese desta revolução que nos acompanha. Esse mesmo mundo terá tudo a ganhar, com uma participaç­ão cada vez maior das mulheres nas áreas de programaçã­o, trazendo todo o seu talento, criativida­de, e forma de olhar para os problemas, para criar mais e melhores soluções que tornem o mundo melhor», acredita o CEO. A Happy Code tem vários argumentos para convencer raparigas a entrar no mundo da programaçã­o e os principais são mesmo os exemplos de mulheres que vingaram no universo STEM. Por exemplo, Pedro Teixeira lembra Hedy Lamarr, «a inventora do sistema que serviu de base à tecnologia Wi-Fi e Bluetooth e de um sistema rádio para guiar torpedos na II Guerra Mundial» e Jean E. Sammet, a «responsáve­l pelo desenvolvi­mento da primeira linguagem de computador e a primeira mulher a doutorar-se em Ciências da Computação em 1968». Segundo números da Happy Code, em 2017 o Girls In STEM chegou a 500 raparigas no mundo, 23 delas portuguesa­s. Para este ano, a escola de código revela que o projecto se vai estender a mil raparigas de quase três dezenas de países, quarenta delas em Portugal.

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