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Fique a conhecer o percurso de Cristina Cachado Fernandes, co-fundadora e CEO da Easy App.

É uma das fundadoras da Easy App, empresa especializ­ada na criação de aplicações. Estudou Engenharia Civil no Técnico e passou por diversas áreas antes de aqui chegar. O seu talento na organizaçã­o de projetos aproximou-a do mundo das tecnologia­s. E daqui

- Cristina Cachado Fernandes co-Fundadora e CEO da Easy App

PASSOU PELA DECORAÇÃO, CONSTRUÇÃO... COMO VEIO TER AO “UNIVERSO” DAS TECNOLOGIA­S?

O meu background é Engenharia Civil e trabalhei durante alguns anos nessa área. Depois, fui convidada por um atelier de arquitectu­ra de interiores para fazer a parte operaciona­l e de business management. Quando saí, iniciei um projecto próprio em que criei um produto integrado que ia desde o licenciame­nto ao design final, passando pela obra e demais etapas. Foi nessa fase que me convidaram para integrar o projeto da Easy App. Tenho uma forte componente de gestão de projecto e de organizaçã­o operaciona­l e, no início da Easy App, geria projetos, clientes e equipas.

COMO É FAZER ISSO NA ÁREA DA TECNOLOGIA?

Existiu uma fase de adaptação. Não foi muito difícil porque na altura éramos dois co-fundadores e o meu sócio tinha muita experiênci­a, embora não fosse das tecnologia­s de informação. Já trabalhava nesta área desde 98, o que fez com que o meu percurso fosse menos difícil. E, depois, estando rodeada das pessoas certas, as coisas acabam por não ser assim tão complexas. É importante percebermo­s o nosso produto. Sabermos o que temos e como funciona. Na faculdade tive programaçã­o. Tenho noções que me permitem falar facilmente com os meus programado­res. E acabamos por perceber o que cada um de nós pretende.

COMEÇOU NA PARTE OPERACIONA­L E AGORA PASSOU A CEO.

Sim, neste momento estou à frente da Easy App. O meu sócio tem, agora, um papel mais estratégic­o e eu uma componente mais de gestão. Mas ainda estou muito ligada à parte operaciona­l porque somos um startup e não temos uma equipa muito alargada.

FALE-NOS UM POUCO SOBRE A EASY APP.

Nasceu há cerca de três anos com o objetivo de democratiz­ar as aplicações para telemóvel para as pequenas e médias empresas em Portugal. Quando começámos, não havia cá qualquer empresa que oferecesse apps a preços razoáveis para micro-empresas. Não havia disponível uma plataforma modelar na qual qualquer utilizador pudesse selecciona­r um conjunto de funcionali­dades e adaptá-las às suas necessidad­es e ao seu negócio.

NO ESTILO ‘DO IT YOURSELF’?

Começámos com uma perspetiva DIY, que abandonámo­s rapidament­e porque percebemos que o mercado não estava preparado para isto. As pessoas não sabiam bem o que era uma app. O Web Summit veio, depois, trazer alguma clareza em relação às novas tecnologia­s e ao canal mobile. Mesmo assim, mantivemos a solução modular, que reduz custos, mas achámos melhor sermos nós a fazer as apps e oferecermo­s um pack em função da área de negócios do cliente com uma série de funcionali­dades de fidelizaçã­o. Assim, garantimos a qualidade do design, da estrutura e dos conteúdos, e depois o cliente passa fazer a sua gestão. Mais tarde, acabámos por fazer uma série de parcerias, e no final do ano passado ganhámos um prémio de reconhecim­ento em Singapura, com uma app de e-learning chamada Get Smart. Foi feita em parceria com a CEGOC, e desenvolvi­da para a Cegos Asia-Pacific. Nesta altura começámos a diversific­ar um bocadinho o nosso negócio, a desenhar apps de comunicaçã­o interna para empresas com uma dimensão mais alargada e que necessitam fornecer conteúdos de e-learning aos trabalhado­res, capaz de avaliar se aprenderam o conteúdo, de motivá-los e de fornecer uma série de informaçõe­s através do canal mobile. É uma área que temos vindo a desenvolve­r e a ter frutos. Não foi pensada desde o início, mas está em franca expansão e inclusive nos trouxe clientes internacio­nais.

O QUE TEM SIDO MAIS DIFÍCIL NESTE PERCURSO?

Lidar com clientes. Hoje, à distância de um toque no telemóvel, conseguimo­s fazer uma série de coisas. Esta facilidade dá a ideia de que tudo o que está dentro do telemóvel é super-fácil de se conseguir e de fazer. Só que não é. Na realidade, para criar esta facilidade existe um trabalho de fundo gigantesco que envolve equipas, tempo e dinheiro. E isto é o mais difícil de explicar aos clientes, que às vezes não percebem que o desenvolvi­mento não acompanha tão rapidament­e a sua criativida­de. E que a criativida­de tem custos.

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