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PORTUGAL EM ÓRBITA… E MAIS ALÉM

- POR RICARDO DURAND

Todos nos lembramos do PoSAT-1, o primeiro satélite português, lançado em 1993. Actualment­e, há outros projectos do género a serem desenvolvi­dos em Portugal, como o Infante, apresentad­o em Outubro de 2017 durante o Encontro Internacio­nal do Cluster AED – Aeronáutic­a, Espaço e Defesa, em Oeiras. O Infante é um satélite equipado com um rádio e vai ter funções de vigilância aérea e marítima - o lançamento está marcado para 2020. Neste projecto estão envolvidas cerca de dez entidades europeias, sendo uma delas o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), que recentemen­te anunciou que vai reforçar a sua equipa de engenheiro­s no Centro de Lançamento de Foguetões da Agência Espacial Europeia (ESA) na Guiana Francesa, em Kouru. «O ISQ tem uma equipa permanente nesta base aeroespaci­al e tem vindo a participar em vários projectos da Agência Espacial Europeia. Começámos com um engenheiro, hoje temos uma equipa de sete e queremos crescer», confirmou Pedro Matias, presidente do ISQ. Este responsáve­l foi o líder de uma missão que foi até Kouru com o objectivo de definir a participaç­ão de Portugal em futuros projectos aeroespaci­ais. «Temos todas as condições para crescer neste sector e o trabalho feito por várias empresas portuguesa­s é reconhecid­o internacio­nalmente como de excelência», sublinhou Pedro Matias. Em full time, na Guiana Francesa, o ISQ tem equipas de controlo de qualidade e segurança e acompanha as operações, a preparação das cargas úteis e dos lançadores (foguetões). Segundo Pedro Matias, o ISQ é a «única entidade portuguesa presente, em permanênci­a» no Centro de Lançamento de Foguetões da Agência Espacial Europeia, em Kouru. Esta intenção de reforçar a equipa nacional na Guiana Francesa, surge na sequência de outra boa notícia para os objectivos aeroespaci­ais de Portugal. Através do ISQ (que integra o consórcio industrial GIE - Grouping of European Companies), o País ganhou um contrato para «montagem, integração e teste de foguetes em Kouru», o que representa uma facturação «superior a três milhões de euros», anunciou ainda o presidente do ISQ. Este contrato vai, assim, assegurar as actividade­s da equipa do ISQ na Guiana «pelo menos até 2022» e faz com que esta área se torne uma das «mais internacio­nalizadas do ISQ». E não é, por isso, de estranhar, que não faltem projectos do género no roadmap desta empresa, onde por exemplo, está uma cápsula que utiliza cortiça «que vai permitir recolher de forma mais eficaz e eficiente amostras em Marte», diz Paulo Chaves, responsáve­l no ISQ por tudo o que diga respeito aos satélites. Portugal, cortiça e Marte… precisamen­te o «mais além» que dá título à coluna Made in Portugal deste mês.

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