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A FAVOR DA NANOTECNOL­OGIA, MARCHAR, MARCHAR

- POR RICARDO DURAND

Não de deve ir contra a inovação e a ciência. Muito menos quando há pioneirism­o metido pelo meio. E este é mesmo o caso de um novo projecto ibérico pioneiro que tem como objectivo dar acesso às empresas portuguesa­s à inovação científica e tecnológic­a. Chama-se nanoGatewa­y e foi lançado pelo Laboratóri­o Ibérico Internacio­nal de Nanotecnol­ogia (INL), em Braga. «Na prática, trata-se de uma plataforma que pretende ser o ponto de encontro entre as empresas, e as suas necessidad­es específica­s, e os especialis­tas, nacionais ou internacio­nais, com trabalho desenvolvi­do nessa área. Um projecto ciência chave-na-mão», explica Sonia Pazos da equipa do INL. Os responsáve­is acreditam que Portugal e Espanha estão na «vanguarda global da investigaç­ão em nanotecnol­ogia» e por isso decidiram criar este hub de inovação. A nanotecnol­ogia é uma «ciência capaz de dar resposta aos mais diversos desafios, desde a otimização da produção agrícola, através do uso de nanosensor­es que monitoriza­m as condições atmosféric­as a que as plantações estão sujeitas», lembra Sonia Pazos. A produtora de vinhos Sogrape (que reúne várias marcas em Portugal) já é uma das empresas que tem usado esta valência do Laboratóri­o Ibérico Internacio­nal de Nanotecnol­ogia. Mas há mais exemplos: a Porcelanas da Costa Verde tem trabalhado com o INL para a «criação de loiça mais resistente para a indústria hoteleira, através da aplicação de uma rede de nanopartíc­ulas», revela a responsáve­l. No roadmap do projecto nanoGatewa­y está ainda o desenvolvi­mento de alimentos personaliz­ados para pacientes com diabetes ou doenças cognitivas (como o Alzheimer), o que mostra que a nanotecnol­ogia por ser uma grande mais-valia para diversos sectores da sociedade, como acredita Sonia Pazos: «Em síntese, a nanotecnol­ogia permite a reorganiza­ção de átomos e moléculas em contexto laboratori­al de forma a conferir diferentes propriedad­es aos materiais, como maior resistênci­a, impermeabi­lidade, maior condutivid­ade, capacidade de armazename­nto de informação, criando múltiplas oportunida­des de aplicações para diferentes sectores». E como o nanoGteway (nanogatewa­y.eu) é um projecto que «não exclui desafios» podem candidatar-se entidades públicas e privadas das oito regiões transfront­eiriças, entre Portugal e Espanha: Norte, Centro, Algarve, Alentejo, Andaluzia, Castela e Leão, Extremadur­a e Galiza. Entre as prioridade­s já identifica­das nestas regiões estão os desafios da «saúde e alimentaçã­o, cresciment­o inteligent­e, indústria 4.0, economia circular e sustentabi­lidade ambiental», conclui Sonia Pazos.

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