Há uma app para tudo
Contas de merceeiro
Lia há poucos dias que apenas no primeiro trimestre deste ano o mercado morte-americano tinha verificado o download de 150 milhões de aplicações ligadas ao retalho. Ou seja, as apps que têm sido desenvolvidas pelas lojas, cadeias de distribuição e de como o canal mobile se tem tornado o mais importante canal de interação entre consumidor e retalhista. Em Portugal temos bons exemplos do que pode e deve ser feito com o mobile pelos retalhistas onde diária e/ou frequentemente fazemos compras. Temos é poucos e, destes, o foco ainda parece ser o multicanal quase em exclusivo. Não que, na minha opinião, não o deva ser, mas o consumidor, segundo um estudo da eMarketer, pretende destas apps mobile, em primeira instância, descontos em produtos similares aos de compras passadas. Quem faz isto bem? O Continente. Nunca ficou fascinado por receber na caixa do correio, precisamente, os cupões do que comprou no passado? Outra das vantagens do mobile para os retalhistas é poderem saber quando o cliente está perto de uma das suas lojas. E para este último, descontos com base em notificações push, recebe 84% dos votos como a funcionalidade preferida. Quem faz isto bem? A FNAC. Ambas apps jogam bem com as recompensas pela fidelização à marca que é a quarta vantagem apontada, mas nem uma nem outra tem compras in-app, assumindo este canal mobile apenas como um gestor de programa/ cartão de fidelização. Será que o Continente, promovendo a criação de listas de compras recorrentes, não conseguiria facilitar a compra na app Cartão, ainda que mantendo separada a aplicação Continente. Ou facilitar o acesso de uma à outra. A realidade aumentada e o pagamento sem barreiras são outras funcionalidades que certamente agradam à maioria dos consumidores, mas à excepção destes grandes retalhistas pouco ou nada vemos de quem tanto tem a ganhar com a personalização da experiência de compra. Será que as contas para o investimento neste sector ainda são de merceeiro?