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Um peixe que é um drone? Um robot que é um brinquedo? A Sirius Robotics pode ter aqui um grande gadget de Verão e nós fomos à pesca com o CTO e CMO da marca, João Carvalho, para ver o que é que mordeu o isco!

- Por Ricardo Durand

Primeiro que tudo, o Infante é um brinquedo ou um projecto científico?

O Infante é um peixe robot com potencial terapêutic­o, desenhado para que possa ao mesmo tempo ser utilizado por crianças e adultos. O mesmo é dizer que o Infante é suficiente­mente modular para poder ser visto como um artigo para geeks da tecnologia, mas também como uma ferramenta terapêutic­a, desmistifi­cando algo que para nós é uma premissa errada: «Os robots são peças extraordin­árias, mas não são para todos». Para nós é exatamente o contrário, a robótica é de todos e para todos.

Que caracterís­ticas terapêutic­as pode ter este peixe robot?

O Infante foi desenhado para se parecer e responder como um verdadeiro peixe, superando a barreira ‘natural/máquina’. Por isso, tudo foi pensado para que os movimentos fluidos do Infante promovam uma sensação de relaxament­o em todos os que o observam, sem necessidad­e de interagir directamen­te com ele. Isto é interessan­te em ambientes de maior desgaste físico e emocional como salas de espera ou de tratamento.

Poderá ser este o futuro dos drones aquáticos acessíveis ao público?

Sim, especialme­nte devido à sua AI, uma vez que o Infante pode nadar ininterrup­tamente durante 16 horas sem qualquer interacção humana, mas ao mesmo tempo pode ser controlado através de uma aplicação instalada no seu telemóvel. O Infante comporta-se como um drone tradiciona­l e como o drone do “futuro”, conseguind­o juntar em si mesmo o melhor dos dois mundos.

Qual é a principal limitação do Infante?

Navegar em água salgada, sem dúvida. A corrosão provocada pelo sal ainda é o maior entrave para que o Infante possa coexistir quer em água doce quer em água salgada. Assim sendo o nosso conselho aos futuros donos do Infante é que não seja de todo exposto à água salgada, ou, se o for, que seja por curtos períodos e posteriorm­ente lavado com abundante água doce.

Isto pode evoluir para peixes-robot para explorar oceanos?

Num futuro ainda algo distante a resposta é claramente ‘sim’! Mas para já e devido, principalm­ente, à limitação da corrosão pelo sal, vamos manter a investigaç­ão marinha em ambientes de água doce como rios, albufeiras ou as nossas maravilhos­as e únicas no mundo rias, quer a Formosa quer a de Aveiro. No entanto o desenvolvi­mento de novos materiais ainda mais resistente­s trará novidades. Sensores e câmaras podem enviar vídeo em streaming para o utilizador com um conjunto de óculos de realidade virtual para ver pelos olhos do peixe! Isto será uma revolução na pesquisa submarina e estamos a trabalhar para fazer parte dela.

Quanto é que eu preciso de gastar para ter um peixe destes para brincar durante as férias?

Por enquanto o Infante custa sensivelme­nte o mesmo que um drone de gama alta, mas com o avançar da produção e desenvolvi­mento esse valor irá, certamente, baixar. E notícia em primeira mão: como na Sirius Robotics somos inconforma­dos por natureza, já estamos a trabalhar em muitos outros projetos. Quem sabe, até no irmão mais novo do Infante.

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CTO e CMO Sirius Robotics João Carvalho

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