QUEREMOS RESPOSTAS!
Um peixe que é um drone? Um robot que é um brinquedo? A Sirius Robotics pode ter aqui um grande gadget de Verão e nós fomos à pesca com o CTO e CMO da marca, João Carvalho, para ver o que é que mordeu o isco!
Primeiro que tudo, o Infante é um brinquedo ou um projecto científico?
O Infante é um peixe robot com potencial terapêutico, desenhado para que possa ao mesmo tempo ser utilizado por crianças e adultos. O mesmo é dizer que o Infante é suficientemente modular para poder ser visto como um artigo para geeks da tecnologia, mas também como uma ferramenta terapêutica, desmistificando algo que para nós é uma premissa errada: «Os robots são peças extraordinárias, mas não são para todos». Para nós é exatamente o contrário, a robótica é de todos e para todos.
Que características terapêuticas pode ter este peixe robot?
O Infante foi desenhado para se parecer e responder como um verdadeiro peixe, superando a barreira ‘natural/máquina’. Por isso, tudo foi pensado para que os movimentos fluidos do Infante promovam uma sensação de relaxamento em todos os que o observam, sem necessidade de interagir directamente com ele. Isto é interessante em ambientes de maior desgaste físico e emocional como salas de espera ou de tratamento.
Poderá ser este o futuro dos drones aquáticos acessíveis ao público?
Sim, especialmente devido à sua AI, uma vez que o Infante pode nadar ininterruptamente durante 16 horas sem qualquer interacção humana, mas ao mesmo tempo pode ser controlado através de uma aplicação instalada no seu telemóvel. O Infante comporta-se como um drone tradicional e como o drone do “futuro”, conseguindo juntar em si mesmo o melhor dos dois mundos.
Qual é a principal limitação do Infante?
Navegar em água salgada, sem dúvida. A corrosão provocada pelo sal ainda é o maior entrave para que o Infante possa coexistir quer em água doce quer em água salgada. Assim sendo o nosso conselho aos futuros donos do Infante é que não seja de todo exposto à água salgada, ou, se o for, que seja por curtos períodos e posteriormente lavado com abundante água doce.
Isto pode evoluir para peixes-robot para explorar oceanos?
Num futuro ainda algo distante a resposta é claramente ‘sim’! Mas para já e devido, principalmente, à limitação da corrosão pelo sal, vamos manter a investigação marinha em ambientes de água doce como rios, albufeiras ou as nossas maravilhosas e únicas no mundo rias, quer a Formosa quer a de Aveiro. No entanto o desenvolvimento de novos materiais ainda mais resistentes trará novidades. Sensores e câmaras podem enviar vídeo em streaming para o utilizador com um conjunto de óculos de realidade virtual para ver pelos olhos do peixe! Isto será uma revolução na pesquisa submarina e estamos a trabalhar para fazer parte dela.
Quanto é que eu preciso de gastar para ter um peixe destes para brincar durante as férias?
Por enquanto o Infante custa sensivelmente o mesmo que um drone de gama alta, mas com o avançar da produção e desenvolvimento esse valor irá, certamente, baixar. E notícia em primeira mão: como na Sirius Robotics somos inconformados por natureza, já estamos a trabalhar em muitos outros projetos. Quem sabe, até no irmão mais novo do Infante.