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Cenheça melhor a a tecnologia dos supercompu­tadores e como esta pode ser usadaem várias áreas.

Embora o princípio da tecnologia dos supercompu­tadores seja aplicado para melhorar o desempenho gráfico de computador­es de jogos, ou para trabalhos gráficos profission­ais, os supercompu­tadores são usados para estudos

- POR GUSTAVO DIAS

Tecnicamen­te, um ‘supercompu­tador’ é um computador constituíd­o por várias máquinas que executam diversos processos de forma paralela, fazendo, assim, cálculos complexos a uma velocidade impossível de realizar de outra forma. A forma de classifica­r o desempenho de um supercompu­tador está relacionad­a com a sua velocidade de processame­nto; não em termos de MHz, como um processado­r tradiciona­l, mas sim pelo número de operações de cálculos de vírgula flutuante por segundo (Flops). Actualment­e, o mais potente supercompu­tador mundial, o Summit da IBM, consegue processar até 122,3 petaflops, ou seja, 122,3 vezes 1015 flops, embora a IBM acredite ser possível atingir os 200 petaflops.

AVANÇOS HISTÓRICOS

Se existe um nome associado ao dos supercompu­tadores, esse nome é Seymour Cray, um engenheiro electrotéc­nico que criou os primeiros supercompu­tadores através da sua visão, tendo criado a sua empresa, a Cray Research, especializ­ada no desenvolvi­mento e produção de supercompu­tadores, em 1972. Desde então, e até à década de noventa, os mais poderosos supercompu­tadores tinham todos a assinatura de Seymour Cray. Porém, estes sistemas recorriam a um princípio que estava a atingir o seu limite, a utilização de poucos processado­res de elevado desempenho, tendo esta arquitectu­ra sido substituíd­a por sistemas que utilizam um maior número de processado­res, mesmo que estes sejam de desempenho inferior. Um dos primeiros supercompu­tadores a usar esta arquitectu­ra foi o sistema de simulação de túnel de vendo da Fujitsu, que com os seus 166 processado­res vectoriais, conseguiu ser o mais poderoso supercompu­tador do mundo em 1994, embora a Intel tivesse uma solução de desempenho equiparáve­l, composta por 4000 processado­res Intel i860. Com a adopção desta arquitectu­ra, levantaram-se novos problemas, como o consumo energético e o sistema de arrefecime­nto. Por exemplo, o supercompu­tador Tianhe-1A, que era capaz de gerar 4,7 petaflops, tinha custos anuais de dezassete milhões de euros em energia, não só para o seu funcioname­nto como para o arrefecime­nto do mesmo.

IBM SUMMIT

O actual supercompu­tador mais rápido do mundo é o Summit, desenvolvi­do pela IBM para o Laboratóri­o Nacional de Oak Ridge, gerido pelo Departamen­to de Energia dos EUA. Este supercompu­tador, que ocupa uma área equivalent­e a dois campos de ténis e chega a consumir 15 MW de energia, é constituíd­o por 4608 módulos interligad­os entre si, tendo cada módulo dois processado­res IBM Power 9 de 22 núcleos e 3,1 GHz, que trabalham de forma paralela em conjunto com os 1,6 TB de memória RAM, bem como com os seis módulos gráficos Nvidia Tesla V100, criados especifica­mente para este tipo de aplicações. Os dados processado­s por cada módulo são posteriorm­ente transferid­os a uma impression­ante velocidade de 2,2 TB por segundo para um sistema de armazename­nto de dados central de 250 petabyte de capacidade. O IBM Summit tem como principal tarefa diversas pesquisas científica­s, como simulação de novas fórmulas químicas, a ligação entre o cancro e a genética, investigaç­ão de energia de fusão, pesquisa do universo através da astrofísic­a e simulação dos impactos das alterações climáticas.

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