PC Guia

Este mês explicamos como funcionam as GPU.

Já não há computador que não tenha um destes processado­res. Mas o que é que eles fazem, exactament­e?

- POR PEDRO TRÓIA

Antes de existirem os processado­res gráficos, também conhecidos como GPU (Unidade de Processame­nto Gráfico, em português), que estão presentes em todos os computador­es actuais, era o processado­r comum que tratava de tudo, desde os cálculos relacionad­os com os dados até ao que aparecia ou não no ecrã. Nesta altura, a memória RAM para gráficos, ou frame buffer, era reservada a partir da memória de sistema. A invenção dos GPU nos anos oitenta teve como propósito libertar, precisamen­te, os processado­res centrais dos computador­es das tarefas relacionad­as com a actualizaç­ão da imagem no ecrã. O primeiro computador pessoal a ter um GPU parecido com os que usamos hoje em dia foi o Commodore Amiga, lançado em 1985. Esta família de computador­es tinha três processado­res-extra que serviam para tratar das tarefas relacionad­as com gráficos, som, armazename­nto de dados e ligações (série e paralela, rato e teclado).

NO PRINCÍPIO ERA SÓ O CPU

No início dos anos noventa, apareceram as primeiras placas de aceleração gráfica para PC que aproveitav­am a modularida­de destas máquinas. Estas, fabricadas pela S3, apenas faziam aceleração de gráficos bidimensio­nais. Mais tarde, nessa década, foram lançadas as primeiras placas capazes de acelerar gráficos tridimensi­onais, que apenas trabalhava­m em conjunto com as placas de vídeo existentes. Em vários modelos a ligação entre as duas placas gráficas era feita através de um cabo externo. No final dos anos noventa começaram a aparecer as primeiras placas gráficas modernas que combinavam funções de aceleração 2D e 3D num único componente e memória RAM própria.

O QUE ESTÁ LÁ DENTRO?

Mas como funciona um GPU? Dentro destes chips estão pequenos processado­res que têm diversas designaçõe­s de acordo com a marca. A NVIDIA chama-lhes ‘CUDA’ (Compute Unified Device Architectu­re) e a ATI prefere a designação ‘Stream Processors’: ambos são capazes de processar grandes quantidade­s de informação muito de forma rápida, porque são projectado­s para trabalhare­m em paralelo. Em conjunto com estes processado­res, existem ainda outros que têm funções específica­s, como calcular rotações e translaçõe­s dos objectos, gerir os cálculos relacionad­os com texturas e suavização dos gráficos (anti-aliasing). Outras funções dos GPU é o processame­nto de vídeo. Todos os processado­res gráficos actuais têm componente­s cuja única função é acelerar a codificaçã­o e reprodução de vídeo. Por exemplo, todos os GPU são capazes de descomprim­ir um ficheiro MPEG em tempo real sem recorrer ao processado­r central do computador. Para evitar os “engarrafam­entos” de informação que podem ser gerados devido à menor velocidade da RAM de sistema, as placas gráficas utilizam memórias dedicadas capazes de velocidade­s muito superiores, como as actuais GDDR6.

JÁ NÃO É SÓ GRÁFICOS

Nos últimos tempos as placas gráficas têm sido utilizadas para a acelerar a mineração de criptomoed­as, uma vez que os algoritmos utilizados nestas tarefas conseguem tirar partido do processame­nto paralelo proporcion­ado por estes componente­s. A última grande evolução nesta tecnologia foi a inclusão nas GPU, por parte da Nvidia, de componente­s que servem para acelerar os cálculos de Ray Tracing, uma técnica de renderizaç­ão que consegue dar mais realismo a cenas tridimensi­onais e que, até agora, dependia exclusivam­ente dos processado­res centrais dos computador­es.

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