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Voluntário­s Digitais Excepciona­is

- ALEX GAMELA Twitter: @alexgamela

Antes de o Leslie entrar em força pela Figueira da Foz, mal tinha ouvido falar dele. Na véspera, eram mais as notícias sobre o furacão da remodelaçã­o do Governo que sobre a tempestade verdadeira. É a agenda.

No site tempo.pt, um artigo publicado ao início da tarde de 11 de Outubro falava da sua chegada no dia 13. Na televisão, nada. Achei o artigo tão alarmista que estive quase para enviar uma mensagem à autora a questionar o porquê de tanto dramatismo. Ainda bem que fiquei quieto. Deveria era tê-lo partilhado.

No próprio dia, as televisões ficaram à espera do drama e do horror (houve um jornalista que estava tão “em pânico” que, de cada vez que alguém der um pum, irá colocar-se em posição fetal, tal o stress pós-traumático).

Eu estava na rua e assisti ao Leslie - O Temporal em lugares de primeira fila (estúpido, eu sei). E, com pouca net, tinha quase zero informação sobre a evolução da situação. Felizmente, um grupo de geeks fez no Twitter o ‘que a Proteção Civil devia fazer’ durante o Leslie (zap.aeiou.pt).

E lembrei-me do que fiz no temporal da Madeira em 2010 (netvibes.com/tempmad), comigo em Inglaterra, um em Barcelona, outro em Lisboa, e mais malta do Twitter: usámos as redes para informar os cidadãos, já que as autoridade­s não o souberam fazer, como tem acontecido tantas outras vezes.

Estes “geeks” têm uma conta no Twitter (@VOSTPT) com mais seguidores que a da Protecção Civil. Os meus parabéns, pessoal. As redes sociais andam por aí há uns dez anos. Toda a gente tem, pelo menos, uma no seu telemóvel. Numa fase em que os utilizador­es as usam como armas de distração passiva, alguém fazer alguma coisa de jeito com elas é de louvar. É pena é serem sempre os mesmos. E à borla.

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