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Há uma app para tudo

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Dei comigo a pensar nos incentivos que a UE e os governos dos respetivos países disponibil­izam aos empreended­ores nestas áreas tecnológic­as mais ligadas inovação. Nomeadamen­te, quando almejam ser disruptiva­s nos modelos de negócio. Como é que algum empreended­or conseguiri­a explicar aos IDE deste País um Uber? Não o conceito propriamen­te dito, claro está. Mas que o negócio não dará dinheiro nos primeiros, digamos, três anos de vida. Como é que se monta um plano de negócio e se apresentam projeções que permitam que os verdadeiro­s empreended­ores, empreendam. Aliás, que tipo de plano de negócio neste sector é sequer credível a três anos? Ou como é que se consegue convencer uma instituiçã­o bancária a financiar uma empresa com menos de dois anos de atividade a financiar uma PME (com um produto alavancado no OE) que tenha como objetivo criar um Whatsapp? Como é que se explica num plano de negócio que a plataforma de mensagens com quase uma década de vida e 1,5 mil milhões de utilizador­es não tenha receitas? E que, no entanto, já foi adquirida por 22 mil milhões de dólares. Não se explica. Não se consegue e, muito provavelme­nte nem uns nem outros estão a atirar dinheiro para estes idiotas que andam a mudar o mundo. Contudo, todos estamos de acordo neste nosso modelo de sociedade de capital, que é entre a oferta e a procura que gira este modelo económico. E que tem sido estes empreended­ores - a oferta Uber e Whatsapp – que têm feiro crescer a procura. Os resultados dessas empresas, excluindo a tal inexistênc­ia de receitas, são, no imediato, as centenas de milhares de empregos criados, os milhares de milhões de utilizador­es e, a capitaliza­ção bolsista. Valem estas empresas o que afirmam os mercados? Não sei. A aplicação que mais downloads teve em setembro deste ano nos EUA para iPhone foi um jogo chamado Happy Glass que lhe propõe desenhar uma linha para levar a água ao copo que “está triste” por estar vazio. Teve mais de seus milhões de downloads, o triplo da segunda app mais descarrega­da, o Messenger. Tem compras integradas e por subscrição. Vai gerar dinheiro. É este o tipo de empreendim­ento que quer ver estes fundos apoiar?

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