QUAL A CÂMARA IDEAL PARA SI?
Com os recentes avanços nos smartphones, com objectivas de diferentes amplitudes focais, resoluções superiores e assistentes de inteligência artificial será que as suas câmaras são superiores às dasmáquinas fotográficas tradicionais?
Acâmara reinventada’ e ‘o renascimento da fotografia’ são alguns dos slogans utilizados pelos principais fabricantes de smartphones para tentarem convencer os consumodores que os smartphones actuais já são capazes de substituir as câmaras fotográficas tradicionais. Em certas ocasiões, essa afirmação até poderá ser considerada como verdadeira, razão pela qual fotógrafos profissionais como Chase Jarvis afirmam: «A melhor câmara fotográfica é aquela que estiver consigo”, ou seja, o smartphone. Tendo em conta os avanços recentes na vertente da fotografia móvel, esta afirmação é mais válida que nunca, especialmente se tiver consigo um smartphone com uma das melhores câmaras do mercado, como os iPhone X, XS e XR, Huawei P20 Pro, Mate 20 Pro ou os Samsung Galaxy S9+ e Note 9. Estamos a falar em sistemas compostos por sensores de dimensões acima do habitual, maior resolução, objectivas com maior abertura ou abertura variável (nos modelos da Samsung), diferentes amplitudes focais e algoritmos avançados que garantem a captação de maior detalhe, cores mais vivas e melhor focagem. Mas será que isso significa que as câmaras fotográficas têm os dias contados? Talvez seja demasiado cedo para declararmos o óbito.
MERCADO DE COMPACTAS
As câmaras compactas são as que mais têm sofrido com os avanços das câmaras dos smartphones: os numeros apresentados pela CIPA (Camera & Imaging Products Association) dão conta disso mesmo. Estamos a falar de mercado que, em 2010, vendeu mais de 121 milhões de câmaras, tendo caído vertiginosa-mente para os actuais 25 milhões de unidades (valor de 2017). Mas isso não significa que o mercado esteja morto, embora essa situação tenha obrigado os fabricantes a adaptarem-se á nova realidade. Este momento tem sido aproveitado para o lançamento de modelos mais avançados e dispendiosos, com características que chegam a beliscar modelos de segmentos superiores.
Como tal, não é de estranhar termos, actualmente, modelos compactos avançados com características anteriormente disponíveis apenas em modelos reflex, como a Canon PowerShot G, as Panasonic Ltunbc LX e a referência de mercado: a Sony Cyber-Shot 12X100. Esta última, na sua mais recente geração I2X100 VI oferece um sensor de uma polegada de elevada velocidade, elevado alcance dinâmico, e objectiva de 24 a 200 mm com abertura variável de f/ 2.8 a f14.5, tornando-a perfeita para uma utilização quotidiana, ou para viagens, graças à sua elevada portabilidade e versatilidade.
REFLEX
O mercado das DSLR (Digital Single-Lens Reflex) também tem estado em queda constante na última década, embora não por culpa dos smartphones, como acontece com as máquinas compactas. Os grandes responsáveis pela queda das DSLR são os modelos mirrorless, que dispensam os complexos sistemas de espelhos e pentaprisma, ao integrar todas as funcionalidades no próprio sensor de imagem, que fica assim directamente ligado à objectiva utilizada. No caso das reflex, estas utilizam um complexo sistema de espelhos e pentaprisma, sendo este último fundamental para reflectir a luz captada pela objectiva para o visor óptico (viewfinder), bem como para o sensor de medição, que fará os devidos ajustes em termos de exposição. Mas, antes de a luz passar para o sistema de pentaprisma, esta tem de passar por um mecanismo de duplo espelho que, quando recolhido, faz com que a luz incida sobre o sensor de focagem automática, sendo este último espelho recolhido para que a luz indica, por fim, no sensor de imagem principal, depois de todos os ajustes estarem devidamente efectuados. Este sistema, embora muito eficaz em termos de resultados, acaba por pesar em dois factores, no tempo de focagem e na fiabilidade do sistema, tendo em conta toda a complexidade do sistema, velocidade e precisão com que o sistema tem de actuar.
MIRRORLESS
Embora o conceito tenha sido inicialmente criado pela Epson com a sua R-D1 (2004), foi a Panasonic e a Olympus que ficaram conhecidas pelo desenvolvimento do conceito de máquina fotográfica sem espelho com lentes intermutáveis, através do formato Micro 4/3. Com a melhoria dos sensores de imagem, passou a ser possível embutir as funcionalidades dos sensores isolados das reflex no próprio sensor de imagem, passando a ser possível o desenvolvimento de máquinas mirrorless com sensores de maior dimensão (APS-C e Full-Frame), como os modelos lançados posteriormente pela Sony, como as Sony Alpha da série 3000, 5000, 6000 e as A7. Estas câmaras, por recorrerem a um novo sistema de encaixe (que obrigou a um redesenhar das objectivas), tornaram possível a aproximação das próprias objectivas dos sensores, permitindo assim diminuir significativamente a dimensão (e o peso) das máquinas, face às reflex, sem prejudicar a ergonomia, e influenciar as características e qualidade de imagem. Curiosamente, temos assistido, nos últimos lançamentos, à situação oposta: são os modelos mirrorless os mais avançados que cada marca dispõe actualmente, como a EOS R no lado da Canon, as Z6 e Z7 da Nikon e a Alpha 9 da Sony.