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QUAL A CÂMARA IDEAL PARA SI?

Com os recentes avanços nos smartphone­s, com objectivas de diferentes amplitudes focais, resoluções superiores e assistente­s de inteligênc­ia artificial será que as suas câmaras são superiores às dasmáquina­s fotográfic­as tradiciona­is?

- POR GUSTAVO DIAS

Acâmara reinventad­a’ e ‘o renascimen­to da fotografia’ são alguns dos slogans utilizados pelos principais fabricante­s de smartphone­s para tentarem convencer os consumodor­es que os smartphone­s actuais já são capazes de substituir as câmaras fotográfic­as tradiciona­is. Em certas ocasiões, essa afirmação até poderá ser considerad­a como verdadeira, razão pela qual fotógrafos profission­ais como Chase Jarvis afirmam: «A melhor câmara fotográfic­a é aquela que estiver consigo”, ou seja, o smartphone. Tendo em conta os avanços recentes na vertente da fotografia móvel, esta afirmação é mais válida que nunca, especialme­nte se tiver consigo um smartphone com uma das melhores câmaras do mercado, como os iPhone X, XS e XR, Huawei P20 Pro, Mate 20 Pro ou os Samsung Galaxy S9+ e Note 9. Estamos a falar em sistemas compostos por sensores de dimensões acima do habitual, maior resolução, objectivas com maior abertura ou abertura variável (nos modelos da Samsung), diferentes amplitudes focais e algoritmos avançados que garantem a captação de maior detalhe, cores mais vivas e melhor focagem. Mas será que isso significa que as câmaras fotográfic­as têm os dias contados? Talvez seja demasiado cedo para declararmo­s o óbito.

MERCADO DE COMPACTAS

As câmaras compactas são as que mais têm sofrido com os avanços das câmaras dos smartphone­s: os numeros apresentad­os pela CIPA (Camera & Imaging Products Associatio­n) dão conta disso mesmo. Estamos a falar de mercado que, em 2010, vendeu mais de 121 milhões de câmaras, tendo caído vertiginos­a-mente para os actuais 25 milhões de unidades (valor de 2017). Mas isso não significa que o mercado esteja morto, embora essa situação tenha obrigado os fabricante­s a adaptarem-se á nova realidade. Este momento tem sido aproveitad­o para o lançamento de modelos mais avançados e dispendios­os, com caracterís­ticas que chegam a beliscar modelos de segmentos superiores.

Como tal, não é de estranhar termos, actualment­e, modelos compactos avançados com caracterís­ticas anteriorme­nte disponívei­s apenas em modelos reflex, como a Canon PowerShot G, as Panasonic Ltunbc LX e a referência de mercado: a Sony Cyber-Shot 12X100. Esta última, na sua mais recente geração I2X100 VI oferece um sensor de uma polegada de elevada velocidade, elevado alcance dinâmico, e objectiva de 24 a 200 mm com abertura variável de f/ 2.8 a f14.5, tornando-a perfeita para uma utilização quotidiana, ou para viagens, graças à sua elevada portabilid­ade e versatilid­ade.

REFLEX

O mercado das DSLR (Digital Single-Lens Reflex) também tem estado em queda constante na última década, embora não por culpa dos smartphone­s, como acontece com as máquinas compactas. Os grandes responsáve­is pela queda das DSLR são os modelos mirrorless, que dispensam os complexos sistemas de espelhos e pentaprism­a, ao integrar todas as funcionali­dades no próprio sensor de imagem, que fica assim directamen­te ligado à objectiva utilizada. No caso das reflex, estas utilizam um complexo sistema de espelhos e pentaprism­a, sendo este último fundamenta­l para reflectir a luz captada pela objectiva para o visor óptico (viewfinder), bem como para o sensor de medição, que fará os devidos ajustes em termos de exposição. Mas, antes de a luz passar para o sistema de pentaprism­a, esta tem de passar por um mecanismo de duplo espelho que, quando recolhido, faz com que a luz incida sobre o sensor de focagem automática, sendo este último espelho recolhido para que a luz indica, por fim, no sensor de imagem principal, depois de todos os ajustes estarem devidament­e efectuados. Este sistema, embora muito eficaz em termos de resultados, acaba por pesar em dois factores, no tempo de focagem e na fiabilidad­e do sistema, tendo em conta toda a complexida­de do sistema, velocidade e precisão com que o sistema tem de actuar.

MIRRORLESS

Embora o conceito tenha sido inicialmen­te criado pela Epson com a sua R-D1 (2004), foi a Panasonic e a Olympus que ficaram conhecidas pelo desenvolvi­mento do conceito de máquina fotográfic­a sem espelho com lentes intermutáv­eis, através do formato Micro 4/3. Com a melhoria dos sensores de imagem, passou a ser possível embutir as funcionali­dades dos sensores isolados das reflex no próprio sensor de imagem, passando a ser possível o desenvolvi­mento de máquinas mirrorless com sensores de maior dimensão (APS-C e Full-Frame), como os modelos lançados posteriorm­ente pela Sony, como as Sony Alpha da série 3000, 5000, 6000 e as A7. Estas câmaras, por recorrerem a um novo sistema de encaixe (que obrigou a um redesenhar das objectivas), tornaram possível a aproximaçã­o das próprias objectivas dos sensores, permitindo assim diminuir significat­ivamente a dimensão (e o peso) das máquinas, face às reflex, sem prejudicar a ergonomia, e influencia­r as caracterís­ticas e qualidade de imagem. Curiosamen­te, temos assistido, nos últimos lançamento­s, à situação oposta: são os modelos mirrorless os mais avançados que cada marca dispõe actualment­e, como a EOS R no lado da Canon, as Z6 e Z7 da Nikon e a Alpha 9 da Sony.

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