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Notícias de tecnologia­s, coluna Made in Portugal, Hashtags e Green e a nossa entrevista: Queremos Respostas

- ALEX GAMELA Twitter: Tw @alexgamela

A World Wide Web já foi um espaço de subversão e expressão pessoal, o sítio onde havia um pouco de tudo para todos. Uma pequena utopia anárquica em vez da distopia controlado­ra de agora. Provavelme­nte, apenas 15% dos utilizador­es se lembram deste espaço fantástico sem barreiras onde tudo era permitido e ninguém sabia se éramos um cão. Apenas 15% dos leitores irão perceber esta referência, também.

A Internet deve mais ao sexo que às receitas de comida vegan. Na colecção de ensaios coligida por Feona Attwood e Peter Lang, Porn.com, vemos como o avanço tecnológic­o permitiu a compatibil­idade com novos formatos (como o vídeo e o livestream­ing). Além disso, a criação de comunidade­s e de conteúdos, por parte dos utilizador­es, nasceram da procura de conteúdos de teor sexual que não tinham espaço no mundo real, ligando pessoas do mundo inteiro.

As primeiras “redes sociais” eram redes sexuais. E não vamos ser puritanos: sexo é uma coisa boa e saudável. A maioria das pessoas gosta, apesar de haver umas mentalidad­es normativas que consideram o sexo uma coisa suja e o corpo com que nascem uma fonte de vergonha e pecado. Mas toda a gente tem um pipi, não é verdade?

Essas mentes, para quem pornografi­a é desvio, decidiram acabar com os conteúdos NSFW do Tumblr, criados por adultos consciente­s que expressava­m e partilhava­m a sua sexualidad­e, num espaço que deveria ser agnóstico. Até a arte adulta e os conteúdos inclusivos têm de ir. O Tumblr, com mais utilizador­es que o Twitter, era o último espaço para esta malta que agora perdeu o seu espaço e a sua comunidade.

É mais um unicórnio que morre às mãos dos censores digitais, que nem um peito à mostra para amamentaçã­o permitem. E mais uma machadada na utopia digital.

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