A segunda parte de um guia sobre os mitos de refrigeração nos PC.
No seguimento do que fiz na edição anterior da PCGuia, aqui ficam mais sete mitos da refrigeração que tento explicar melhor.
1 O AR QUENTE SOBE
Esta é, talvez, uma das frases mais usadas para defender o formato de algumas caixas e as escolhas de sentido de fluxo (intake ou outake) de cada ventoinha. Aqui, o mito é o de que devemos sempre criar um formato de cooling que obedeça à regra ‘o ar quente sobe’. A realidade é que se for criado um fluxo correcto e com boa renovação de ar, o “fluxo invertido” tem muitas vantagens, como a Lian Li provou com a sua A05N, uma caixa que, além desta característica, também utiliza o formato BTX (ATX invertido). Quando se avança para watercooling é ainda mais importante analisar se deveremos cumprir esta regra ou não.
2 CPU VS. O RESTO
Outro grande mito é o de que o CPU é o elemento central e único considerado preocupante a arrefecer. Actualmente, este nem é o elemento que provoca um maior consumo energético e consequente necessidade de dissipação: uma placa-mãe de topo poderá consumir 80 W, bastantes placas-gráficas consomem acima de 200 W e alguns HDD de maior capacidade (3-5TB) em média 10 W cada. A instalação de AiO (all-in-one) em alguns sistemas até compromete os restantes componentes, por bloquear os recursos de ar fresco necessários.
3 GPU POTENTE = BOMBA POTENTE
A placa gráfica é, na maioria das vezes, o componente com o maior consumo energético do sistema. Ao instalar um bloco de água neste elemento estamos a injectar uma necessidade de refrigeração grande no sistema de água que, sobretudo nos radiadores, necessita de ser compensada. Existe o mito de que placas potentes obrigam a bombas mais potentes, quando na realidade é a restrição elevada causada por alguns modelos/formatos de blocos que poderá obrigar a instalar uma bomba mais potente.
4 BALANÇO DE NÚMERO DE VENTOINHAS
Igualar o número de ventoinhas a fazer entrada com saída de ar é muito comum nas configurações. O balanço é importante na pressão positiva ou negativa dentro da caixa, mas muitas vezes são neglegenciados outros dois componentes importantes: a fonte de alimentação e a placa gráfica. Quando abordarem o vosso computador nesta temática, analisem a influência que estes dois componentes poderão estão a fazer na vossa configuração.
5 CABLE MANAGEMENT
É forte a ideia de que uma organização aprimorada dos cabos de alimentação e dados dentro do computador é essencial para uma boa refrigeração. Muitas vezes este é um dos detalhes utilizados para a venda de fontes modulares ou com cabos uni-sleeving. A influência da
organização dos cabos é na realidade muito pequena, maioritariamente estética e só essencial em caixas muito limitadas limitadas, ou para componentes que geralmente não merecem atenção, como as memórias e os discos.
6 MULTI GPU = DUAL LOOP
Na mesma linha de pensamento de que uma GPU potente obriga a uma bomba potente é o mito de que para ter várias placas-gráficas é necessário isolá-las do CPU e ser preciso um segundo loop com todo o custo associado: um radiador, uma bomba, um reservatório e todas as ligações extra. O motivo de ser necessário de um segundo loop é, na realidade, para facilitar o upgrade a estes elementos sem ser obrigatório mexer no processador, ou então, uma razão meramente estética.
7 FORMATO DA REFRIGERAÇÃO
Muitas vezes é ignorado o formato em que cada dissipador faz a refrigeração. Para o CPU poderá não ser muito diferente se um dissipador é vertical ou horizontal, mas para a placa-mãe e memórias faz muita diferença. O mesmo se aplica para o dissipador utilizado na placa-gráfica: se este fizer o envio parcial de ar quente para dentro da caixa e consequente refluxo de ar, isto vai afectar muito os outros componentes.