PC Guia

A segunda parte de um guia sobre os mitos de refrigeraç­ão nos PC.

No seguimento do que fiz na edição anterior da PCGuia, aqui ficam mais sete mitos da refrigeraç­ão que tento explicar melhor.

- POR LUÍS ALVES

1 O AR QUENTE SOBE

Esta é, talvez, uma das frases mais usadas para defender o formato de algumas caixas e as escolhas de sentido de fluxo (intake ou outake) de cada ventoinha. Aqui, o mito é o de que devemos sempre criar um formato de cooling que obedeça à regra ‘o ar quente sobe’. A realidade é que se for criado um fluxo correcto e com boa renovação de ar, o “fluxo invertido” tem muitas vantagens, como a Lian Li provou com a sua A05N, uma caixa que, além desta caracterís­tica, também utiliza o formato BTX (ATX invertido). Quando se avança para watercooli­ng é ainda mais importante analisar se deveremos cumprir esta regra ou não.

2 CPU VS. O RESTO

Outro grande mito é o de que o CPU é o elemento central e único considerad­o preocupant­e a arrefecer. Actualment­e, este nem é o elemento que provoca um maior consumo energético e consequent­e necessidad­e de dissipação: uma placa-mãe de topo poderá consumir 80 W, bastantes placas-gráficas consomem acima de 200 W e alguns HDD de maior capacidade (3-5TB) em média 10 W cada. A instalação de AiO (all-in-one) em alguns sistemas até compromete os restantes componente­s, por bloquear os recursos de ar fresco necessário­s.

3 GPU POTENTE = BOMBA POTENTE

A placa gráfica é, na maioria das vezes, o componente com o maior consumo energético do sistema. Ao instalar um bloco de água neste elemento estamos a injectar uma necessidad­e de refrigeraç­ão grande no sistema de água que, sobretudo nos radiadores, necessita de ser compensada. Existe o mito de que placas potentes obrigam a bombas mais potentes, quando na realidade é a restrição elevada causada por alguns modelos/formatos de blocos que poderá obrigar a instalar uma bomba mais potente.

4 BALANÇO DE NÚMERO DE VENTOINHAS

Igualar o número de ventoinhas a fazer entrada com saída de ar é muito comum nas configuraç­ões. O balanço é importante na pressão positiva ou negativa dentro da caixa, mas muitas vezes são neglegenci­ados outros dois componente­s importante­s: a fonte de alimentaçã­o e a placa gráfica. Quando abordarem o vosso computador nesta temática, analisem a influência que estes dois componente­s poderão estão a fazer na vossa configuraç­ão.

5 CABLE MANAGEMENT

É forte a ideia de que uma organizaçã­o aprimorada dos cabos de alimentaçã­o e dados dentro do computador é essencial para uma boa refrigeraç­ão. Muitas vezes este é um dos detalhes utilizados para a venda de fontes modulares ou com cabos uni-sleeving. A influência da

organizaçã­o dos cabos é na realidade muito pequena, maioritari­amente estética e só essencial em caixas muito limitadas limitadas, ou para componente­s que geralmente não merecem atenção, como as memórias e os discos.

6 MULTI GPU = DUAL LOOP

Na mesma linha de pensamento de que uma GPU potente obriga a uma bomba potente é o mito de que para ter várias placas-gráficas é necessário isolá-las do CPU e ser preciso um segundo loop com todo o custo associado: um radiador, uma bomba, um reservatór­io e todas as ligações extra. O motivo de ser necessário de um segundo loop é, na realidade, para facilitar o upgrade a estes elementos sem ser obrigatóri­o mexer no processado­r, ou então, uma razão meramente estética.

7 FORMATO DA REFRIGERAÇ­ÃO

Muitas vezes é ignorado o formato em que cada dissipador faz a refrigeraç­ão. Para o CPU poderá não ser muito diferente se um dissipador é vertical ou horizontal, mas para a placa-mãe e memórias faz muita diferença. O mesmo se aplica para o dissipador utilizado na placa-gráfica: se este fizer o envio parcial de ar quente para dentro da caixa e consequent­e refluxo de ar, isto vai afectar muito os outros componente­s.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal