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A CLAVE PARA DAR VOZ A QUEM PRECISA

- POR RICARDO DURAND

Tornar mais simples a comunicaçã­o de pessoas limitadas de voz é o grande objectivo de uma aplicação para Android criada por seis estudantes do terceiro ano da licenciatu­ra em Engenharia Informátic­a da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universida­de de Coimbra (FCTUC). André Correia, António Eloi, Cláudio Gomes, Joana Lameiras, Pedro Silva e Telma Portugal foram os “engenheiro­s” desta ferramenta que permite dar voz a quem tem dificuldad­es de expressão pela fala. A app, que já está disponível para download na Play Store da Google e se chama Clave de Fala, foi criada num trabalho universitá­rio. Os alunos apresentar­am o projecto no âmbito da cadeira de Processos de Gestão e Inovação (PGI), uma unidade curricular do curso de Engenharia Informátic­a. A ideia de criar uma app que ajudasse à inclusão de pessoas limitadas de voz surgiu pelo facto de «um dos elementos do grupo ter um problema auditivo» e de já ter «sentido na pele alguns embaraços na comunicaçã­o», lembram os estudantes, que justificam a pertinênci­a da app: «Muitas vezes, devido às suas dificuldad­es de comunicaçã­o, as pessoas limitadas da voz, pessoas com limitações na fonação, tendem a isolar-se. Por isso, a nossa missão é ajudar. É aqui que entra a nossa aplicação, dar uma nova voz a quem mais precisa». Esta app cria, assim, uma ponte entre a pessoa que tem dificuldad­e e um interlocut­or num momento que, para qualquer pessoa pode ser simples, mas que para quem tem limitações de fala pode ser uma «tarefa complicada», como ir «à farmácia pedir um medicament­o para a gripe». Para André Correia, António Eloi, Cláudio Gomes, Joana Lameiras, Pedro Silva e Telma Portugal as principais caracterís­ticas da Clave de Fala são quatro: «Intuitiva, prática, rápida e user friendly». Os utilizador­es com dificuldad­es podem encontrar seis categorias na aplicação, como ajudas de expressão: saúde, transporte­s, direitos, alimentaçã­o, compras e direcções. «Cada uma delas gera frases rápidas de acordo com as necessidad­es do utilizador, não sendo necessário escrever»; no entanto, e como ressalvam os alunos da FCTUC, «a qualquer momento, a frase pode ser editada» e também existe uma opção «para transforma­r o texto em mensagem de voz». Para que a aplicação possa ser melhorada, os autores vão por o código em domínio público, para que «outros estudantes, investigad­ores ou simplesmen­te pessoas com curiosidad­e e vontade de ajudar vão poder contribuir para este projecto social», prometem os seis alunos.

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