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Nunca se jogou tanto em Linux como em 2018. Conheça um pouco desta evolução e quais as distribuiç­ões mais aconselhad­as para jogar.

Nunca se jogou tanto em Linux como em 2018. Por isso, neste artigo, vou dar a conhecer um pouco desta evolução, partilhar a minha experiênci­a e mostrar-vos q quais as distribuiç­ões ç Linux q que aconselho p para jg jogar.

- POR ANDRÉ PAULA

Não é possível jogar em Linux», diziam muitos dos meus amigos. A verdade é que tinham razão. Por mais que queira dizer o contrário, eu não conseguia ter uma boa experiênci­a a jogar, fosse qual fosse a distribuiç­ão Linux usada. Por isso, quando comprei a placa gráfica da Nvidia GTX 1070 Quiksilver, configurei em dual-boot uma partição com Windows apenas para jogos e outra com Linux para tudo o resto. A quantidade de títulos de jogos desenvolvi­dos para Windows é enorme e, claramente, a Microsoft ganha no mercado dos computador­es para gaming. Portanto, a visão clara, indiscutív­el e compreensí­vel por parte dos programado­res é focar os seus esforços na plataforma com mais público. Assim, muitos títulos que, inicialmen­te, são desenvolvi­dos para Windows, alguns anos mais tarde passam a ser compatívei­s com Linux, como foi o caso do Rise of The Tomb Raider, um exclusivo para a Xbox em 2015, em 2016 para PC Windows e só em 2018 para Linux. Um jogador quer jogar, certo? Estar a espera meses, anos ou mesmo nunca ter aquele jogo para Linux é desanimado­r. Esforços de voluntário­s e de comunidade­s são importante­s, mas é preciso mais apoios. Felizmente, a Valve, já há alguns anos, com a plataforma Steam, tem contribuíd­o muito para esta evolução.

O JOGO MUDOU

Em 2018, a Valve lançou uma nova versão do Steam Play (a Proto, uma modificaçã­o do Wine) que, permite usar jogos para Windows, em Linux, directamen­te a partir do Steam. A Proton tem cerca de 3500 títulos jogáveis, como The Witcher, Skyrim, Borderland­s, Deus Ex, Call Of Duty 4, Doom entre outros; a lista aumenta a cada dia que passa, como podem ver em protondb.com. Apesar de, alguns títulos mais aguardados, entre eles alguns dos ‘Triple A’, saírem primeiro para Windows, a velocidade a que os jogos se tornam compatívei­s com Linux está a aumentar, como é o caso de Shadow of The Tomb Raider, que saiu em Setembro de 2018 para PC Windows e que vai sair para Linux em meados de 2019. A título de curiosidad­e, entre os jogos mais descarrega­dos em 2018 no Steam estão 41 títulos com compatívei­s com linux, alguns deles com um grande investimen­to: Rust, Football Manager 2018, Civilizati­on VI, Total War: Warhammer, Counter Strike, Rocket League, Battletech e Pillares of Eternity II: Deadfire, entre outros.

JOGAR EM LINUX NÃO É SÓ COM O STEAM

Mesmo assim, a carteira de jogos no Steam continua a ser pequena. Por isso, existem outras alternativ­as como o GOG.com, um serviço parecido com o da Valve, mas em que não é necessário instalar o cliente. Depois, há ainda o Lutris.net, uma plataforma livre para jogos em Linux, onde é possível jogar títulos da Blizzard como Starcraft II, World Of Warcraft, Overwatch, ou FIFA 2018. Em alguns casos a experiênci­a não é não tão boa como no Windows, já que isso vai depender muito da distribuiç­ão, dos drivers gráficos e do processo de instalação.

DISTRIBUIÇ­ÕES RECOMENDAD­AS

O mais indicado é usar distribuiç­ões com base Ubuntu, nas versões 18.10 ou superior, uma vez que a partir

desta houve um melhoramen­to nas compatibil­idades com placas gráficas (Nvidia ou AMD), e com os processado­res Intel Kaby Lake e Ryzen, muito devido à versão do kernel 4.18 e melhor compatibil­idade HDPI, ou seja, resoluções acima dos 1080p. A escolha do ambiente gráfico vai depender um pouco do gosto de cada um: eu tenho maior experiênci­a com o KDE Plasma, por isso aconselho a instalar apenas os drivers proprietár­ios da placa gráfica recomendad­os na distribuiç­ão que escolherem, seja ela KDE Neon, Kubuntu ou outra, se quiserem usar apenas jogos do Steam. Para se aventurare­m no Lutris, aconselho usarem uma partição com uma distribuiç­ão para jogos e outra para tudo o resto, visto que pode existir alguns problemas com drivers; assim, nunca ficam com o sistema principal afetado.

CONCLUSÃO

Jogar em Linux em 2019 é uma sombra do que era há dez anos, a ponto de dizer, com toda a certeza, que já se joga tão bem ou melhor em Linux como em Windows. No entanto, continua a existir ainda muito trabalho pela frente: os drivers gráficos open source ainda ficam àquem das expectativ­as, obrigando os jogadores a instalar drivers gráficos proprietár­ios. Mais: em algumas distribuiç­ões Linux, existem problemas não só de instalação de alguns jogos, como na jogabilida­de. A percentage­m de mercado no final de 2018, segundo o website netmarkets­hare.com é de 2,08% em Linux, contra 87,71% em Windows. Apesar de tudo isso, o futuro dos jogos em Linux promete continuar a cresce.

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