Nunca se jogou tanto em Linux como em 2018. Conheça um pouco desta evolução e quais as distribuições mais aconselhadas para jogar.
Nunca se jogou tanto em Linux como em 2018. Por isso, neste artigo, vou dar a conhecer um pouco desta evolução, partilhar a minha experiência e mostrar-vos q quais as distribuições ç Linux q que aconselho p para jg jogar.
Não é possível jogar em Linux», diziam muitos dos meus amigos. A verdade é que tinham razão. Por mais que queira dizer o contrário, eu não conseguia ter uma boa experiência a jogar, fosse qual fosse a distribuição Linux usada. Por isso, quando comprei a placa gráfica da Nvidia GTX 1070 Quiksilver, configurei em dual-boot uma partição com Windows apenas para jogos e outra com Linux para tudo o resto. A quantidade de títulos de jogos desenvolvidos para Windows é enorme e, claramente, a Microsoft ganha no mercado dos computadores para gaming. Portanto, a visão clara, indiscutível e compreensível por parte dos programadores é focar os seus esforços na plataforma com mais público. Assim, muitos títulos que, inicialmente, são desenvolvidos para Windows, alguns anos mais tarde passam a ser compatíveis com Linux, como foi o caso do Rise of The Tomb Raider, um exclusivo para a Xbox em 2015, em 2016 para PC Windows e só em 2018 para Linux. Um jogador quer jogar, certo? Estar a espera meses, anos ou mesmo nunca ter aquele jogo para Linux é desanimador. Esforços de voluntários e de comunidades são importantes, mas é preciso mais apoios. Felizmente, a Valve, já há alguns anos, com a plataforma Steam, tem contribuído muito para esta evolução.
O JOGO MUDOU
Em 2018, a Valve lançou uma nova versão do Steam Play (a Proto, uma modificação do Wine) que, permite usar jogos para Windows, em Linux, directamente a partir do Steam. A Proton tem cerca de 3500 títulos jogáveis, como The Witcher, Skyrim, Borderlands, Deus Ex, Call Of Duty 4, Doom entre outros; a lista aumenta a cada dia que passa, como podem ver em protondb.com. Apesar de, alguns títulos mais aguardados, entre eles alguns dos ‘Triple A’, saírem primeiro para Windows, a velocidade a que os jogos se tornam compatíveis com Linux está a aumentar, como é o caso de Shadow of The Tomb Raider, que saiu em Setembro de 2018 para PC Windows e que vai sair para Linux em meados de 2019. A título de curiosidade, entre os jogos mais descarregados em 2018 no Steam estão 41 títulos com compatíveis com linux, alguns deles com um grande investimento: Rust, Football Manager 2018, Civilization VI, Total War: Warhammer, Counter Strike, Rocket League, Battletech e Pillares of Eternity II: Deadfire, entre outros.
JOGAR EM LINUX NÃO É SÓ COM O STEAM
Mesmo assim, a carteira de jogos no Steam continua a ser pequena. Por isso, existem outras alternativas como o GOG.com, um serviço parecido com o da Valve, mas em que não é necessário instalar o cliente. Depois, há ainda o Lutris.net, uma plataforma livre para jogos em Linux, onde é possível jogar títulos da Blizzard como Starcraft II, World Of Warcraft, Overwatch, ou FIFA 2018. Em alguns casos a experiência não é não tão boa como no Windows, já que isso vai depender muito da distribuição, dos drivers gráficos e do processo de instalação.
DISTRIBUIÇÕES RECOMENDADAS
O mais indicado é usar distribuições com base Ubuntu, nas versões 18.10 ou superior, uma vez que a partir
desta houve um melhoramento nas compatibilidades com placas gráficas (Nvidia ou AMD), e com os processadores Intel Kaby Lake e Ryzen, muito devido à versão do kernel 4.18 e melhor compatibilidade HDPI, ou seja, resoluções acima dos 1080p. A escolha do ambiente gráfico vai depender um pouco do gosto de cada um: eu tenho maior experiência com o KDE Plasma, por isso aconselho a instalar apenas os drivers proprietários da placa gráfica recomendados na distribuição que escolherem, seja ela KDE Neon, Kubuntu ou outra, se quiserem usar apenas jogos do Steam. Para se aventurarem no Lutris, aconselho usarem uma partição com uma distribuição para jogos e outra para tudo o resto, visto que pode existir alguns problemas com drivers; assim, nunca ficam com o sistema principal afetado.
CONCLUSÃO
Jogar em Linux em 2019 é uma sombra do que era há dez anos, a ponto de dizer, com toda a certeza, que já se joga tão bem ou melhor em Linux como em Windows. No entanto, continua a existir ainda muito trabalho pela frente: os drivers gráficos open source ainda ficam àquem das expectativas, obrigando os jogadores a instalar drivers gráficos proprietários. Mais: em algumas distribuições Linux, existem problemas não só de instalação de alguns jogos, como na jogabilidade. A percentagem de mercado no final de 2018, segundo o website netmarketshare.com é de 2,08% em Linux, contra 87,71% em Windows. Apesar de tudo isso, o futuro dos jogos em Linux promete continuar a cresce.