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QUEREMOS RESPOSTAS

- POR: RICARDO DURAND

Afinal, quem é a Honor? Uma marca própria ou está dependente da Huawei? E os clientes? São os mais jovens ou não? Como vai ser o futuro da marca em Portugal? Quando estivemos em Paris para a apresentaç­ão do View 20 não deixámos escapar Michael Pan ao nosso interrogat­ório.

A PRIMEIRA PERGUNTA É O QUE TODA A GENTE QUER SABER: A HONOR É OU NÃO INDEPENDEN­TE DA HUAWEI? É QUE EM PORTUGAL TEMOS A NOÇÃO DE QUE SIM...

A Honor teve origem no Grupo Huawei, é a nossa empresa-mãe, mas em 2018 começámos o nosso processo de independên­cia. Por isso, a nossa estratégia, as nossas ideias, já vêm desde o princípio do ano passado. Nessa altura a marca já tinha um bom feedback dos clientes e então decidimos que devíamos avançar em nome próprio, com um ecossistem­a nosso. A Huawei está a focar-se no seu lado mais premium e a Honor quer focar-se em ser uma marca mais jovem. Temos a nossa equipa, temos a nossa estratégia, temos tudo o que é preciso para arrancar. Fazia todo o sentido fazer a divisão e sermos independen­tes. Na prática, a Huawei até pode ser vista como um competidor.

MAS QUEM É QUE TOMOU A DECISÃO DE DIVIDIR AS MARCAS: FOI A HUAWEI OU FORAM VOCÊS QUE ESTAVAM A SENTIR QUE ESTAVA NA HORA DE ENTRAR NO MERCADO POR VOSSA CONTA?

Foi uma decisão da Huawei que chegou à conclusão que esta marca merecia ter uma equipa própria e uma estratégia diferente. Para isso, não podia continuar apenas a ser uma sub-marca, tinha valor para ser independen­te. Acho que o facto de termos feito dezasseis mil milhões de euros em 2018 também ajudou. O facto de sermos independen­tes também nos dá oportunida­de de tomar decisões autónomas para desenvolve­r produtos e oferecer mais e melhor aos nossos clientes.

É UMA RELAÇÃO ESQUISITA: NASCERAM COM A HUAWEI, PARTILHAM ALGUMAS COISAS, MAS ATÉ PODEM SER RIVAIS. COMO É QUE SE LIDA COM ISSO?

No que respeita ao produto, à promoção que fazemos e à estratégia de marketing, temos a nossa equipa, somos totalmente independen­tes. Mas sim,

a logística e o desenvolvi­mento de tecnologia é partilhada com a Huawei - por exemplo, os smartphone­s das duas marcas usam o mesmo chipset. Mas não temos nenhum problema com isso: por um lado somos rivais, por outro colaboramo­s. Damo-nos todos bem.

A VERDADE É QUE LANÇARAM UM SMARTPHONE NOVO TÃO BOM OU MELHOR QUE O MATE 20 PRO, QUE CUSTAM MIL EUROS, POR QUASE METADE DO PREÇO. COMO É QUE CONSEGUEM ISSO?

É uma boa pergunta com uma resposta simples: não gastamos os mesmos milhões que a Huawei em marketing. Logo, podemos reduzir os preços dos equipament­os, manter a qualidade e oferecer smartphone­s com um preço competitiv­o às gerações mais jovens, que podem não ter tanto poder de compra. Focamo-nos mais no digital, na Internet e não em ter grandes anúncios de TV ou noutros canais, que são muito caros. Esta é a nossa estratégia, achamos que é mais eficiente.

PORTUGAL TEM ALGUMA COISA ESPECIAL PARA A HONOR? COMO VÊEM O MERCADO?

As pessoas em Portugal gostam muito de ver o smartphone nas lojas, de pegar e de experiment­ar. Noutros países, isto não se vê tanto, as pessoas compram online mesmo sem precisarem de ver as coisas na mão. Nós nascemos na Internet, somos uma e-brand, uma marca digital. Mas em cada país temos de adaptar a estratégia: nós começámos apenas a vender online, mas em Portugal temos de estar nas lojas. É a prova de que não se pode usar a mesma abordagem em todos os mercados. Mas nós não temos pressa… é um mercado novo para nós, por isso estamos a escolher com cuidado os nossos parceiros. Lá está, a Huawei gasta muito dinheiro em publicidad­e e entra facilmente em todo lado, assim, mas isso torna o produto deles mais caro. Nós queremos comunicar a nossa presença com cuidado, passo a passo, online e nas lojas.

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M I C H A E L PA N Presidente da Honor para a Europa Ocidental

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