SERÁ QUE ALGUM DIA DEIXAREMOS DE ESCREVER À MÃO?
Deixa bilhetes ou envia mensagens? Escreve cartas ou emails? Usa o telemóvel (ou tablet) ou caneta e papel para os seus apontamentos? A cada dia que passa usamos mais o teclado para escrever. Pelo menos este é o meu caso: a letra já não é o que era e quanto menos escrevo à mão menos quero fazê-lo. E sei que não estou só. Por este caminho, a pergunta que surge é: será que algum dia deixaremos por completo de escrever à mão? E será que isso nos afecta, e afectará, de alguma forma? São perguntas que não sei responder, mas ao pensar sobre o tema, recordei uma entrevista que fiz ao neurocirurgião Alexandre Castro Caldas sobre a importância da aprendizagem da leitura e da escrita para o desenvolvimento do cérebro humano. Aprender a representar a linguagem escrita através de símbolos faz com que os nossos cérebros se desenvolvam de uma maneira incrível. O próprio acto de escrever e a coordenação que implica envolvem ligações complexas no cérebro. É possível, então, que com os novos hábitos o nosso cérebro, e sobretudo o das novas gerações, possa vir a se desenvolver de uma forma diferente. Se isso será verdade e se será bom ou mau, só o tempo e os cientistas nos dirão.