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HONOR VIEW 20

A Honor quer afirmar-se como uma marca em nome próprio, depois de se ter separado da Huawei. Este smartphone é um dos primeiros filhos desta “revolução” chinesa.

- RICARDO DURAND

Para muitos de nós, a Honor é aquela marca sub-chinesa da Huawei para jovens cujos smartphone­s apenas estão à venda online. Para quem ainda pensa assim, há novidades: em 2019, a Honor quer valer por si e começou um processo de separação da Huawei que a torna, hoje, autónoma para tomar as suas próprias decisões e seguir uma estratégia própria de marketing e vendas. Para começar este caminho a solo, a Honor conta com um smartphone que ainda vive muito à sombra da Huawei e em que alguns detalhes nos deixaram confusos sobre se esta “divisão de poderes” é assim tão clara.

HONOR POR FORA, HUAWEI POR DENTRO

No evento de apresentaç­ão do Honor View 20 em Paris, onde estivemos presentes a convite da marca, foi-nos dito pelos responsáve­is (pode ler uma entrevista com o presidente para a Europa Ocidental no nosso Queremos Respostas - página 16) que era tempo de novos voos e que a marca já tinha valor para se apresentar ao mercado per si. Mas, assim que configuram­os o smartphone e nos pomos a explorar as aplicações vemos, por exemplo, que a “ex-casa-mãe” ainda está muito presente. Por exemplo, temos de ter uma conta Huawei para nos registarmo­s no telefone, a loja de aplicações alternativ­a ao Google Play é a AppGallery, cujo ícone é um saco com o logótipo da… Huawei e até existe a aplicação de apoio ao cliente HiCare cujos dados são controlado­s pela… Huawei Tech Portugal. Portanto, há muita Huawei a viver na Honor, para o bem e para o mal.

CÂMARA DE TOPO

Para o bem, aquilo que mais nos interessa, isto nota-se nas tecnologia­s usadas pelo View 20. Tal como acontece com o Mate 20 Pro, também este telemóvel está carregado de hardware populariza­do pela Huawei, com o processado­r Kirin 980 a ser a estrela da companhia. A câmara, apesar de não ter a assinatura da Leica, como acontece com o seu meio-irmão, tem sensivelme­nte o mesmo desempenho e consegue óptimas fotografia­s, especialme­nte em condições de luz mais fracas: a abertura de f1.8 ajuda a explicar os bons resultados. Mas, falar de fotografia no View 20 é falar de um sistema chamado TOF (time of flight) que permite gravar um objecto, pressionan­do de forma contínua o botão do disparo, para conseguirm­os ter um modelo em três dimensões de um objecto: um bom gimmick para os fãs de tecnologia.

O FORTNITE E O “BURACO” NO ECRÃ

O que a Honor manteve, depois da separação da Huawei, foi o seu ADN jovem - aliás, a marca quer ser a primeira a nível mundial entre o público mais novo e aliou-se a uma das modas teen do momento: o jogo Fortnite. Quem fizer o download do jogo da Epic Games com o View 20 tem direito a uma skin exclusiva, a Honor Guard, em azul e há ainda mais uma boa novidade para os gamers: este smartphone corre o jogo a 60 fps, o que também acaba por ser um grande bombom para os fãs deste jogo. Outro dos principais destaques do Honor View 20 é o facto de também ser um dos únicos smartphone­s disponívei­s do momento em que a câmara de selfies está incrustada no ecrã, no topo superior esquerdo, e não num notch, como acontece com vários modelos. É uma solução visualment­e agradável e dá a este modelo uma aparência futurístic­a, uma vez que faz com que o ecrã ocupe toda a parte frontal, com quase 86% da superfície dedicada ao display.

A Honor tem aqui um smartphone que ainda vive muito à sombra da Huawei: alguns detalhes deixaram-nos confusos sobre se esta “divisão de poderes” é assim tão clara.

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