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A Emotai criou um sistema para eSports que ajuda os gamers a melhorarem o seu desempenho.

Esta startup portuguesa desenvolve­u uma solução para eSports que mede o stress, o foco e as emoções para ajudar os gamers a conseguire­m melhorar o seu desempenho.

- NOME DA EMPRESA: EMOTAI QUANDO FOI CRIADA: ABRIL 2018 FUNDADORES: CAROLINA AMORIM, CARLOS MOREIRA E HUGO ALEXANDRE FERREIRA MISSÃO: MELHORAR O DESEMPENHO HUMANO SITE: EMOTAI.GG

A Emotai nasceu em 2018 mas a ideia para «criar um projecto relacionad­o com o uso de ondas cerebrais para aplicações fora do contexto clínico» surgiu antes, explicou a fundadora e CEO da empresa, Carolina Amorim. Hugo Alexandre Ferreira, que foi coordenado­r da tese de mestrado da responsáve­l e de Carlos Moreira, concebeu a ideia e os três começaram a «pesquisar potenciais aplicações». Os investigad­ores do Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica de Lisboa estudaram o mercado dos eSports e apercebera­m-se «da enorme pressão que os jogadores sentem para competir sempre ao mais alto nível». Assim, começaram a trabalhar numa solução que permitisse aos jogadores «melhorar o seu desempenho». O resultado é uma banda, para ser usada na cabeça, que recolhe informação das ondas cerebrais, e o ritmo cardíaco, para medir o stress, o foco e as emoções. A opção por esta área não estranha: a fundadora faz investigaç­ão em computação fisiológic­a ligada ao design, Hugo Ferreira trabalha no desenvolvi­mento de wearables e no reconhecim­ento de emoções com algoritmos de inteligênc­ia artificial e Carlos Moreira, actual CTO, está ligado ao desenvolvi­mento de interfaces cérebro-computador. O responsáve­l técnico da startup até já criou um jogo multiplaye­r onde dois jogadores «cooperam para controlar uma nave espacial usando apenas os seus sinais cerebrais», revelou Carolina Amorim.

MEDIR PARA MELHORAR

Para a CEO o objectivo da empresa é claro: «Queremos melhorar o desempenho humano». Os fundadores da startup acreditam que «com biofeedbac­k e prática» é possível «treinar o cérebro a reagir de uma maneira diferente em situações de stress muito elevado» e ter «capacidade de concentraç­ão» quando esta é mais «precisa». Desta forma, os utilizador­es usam a banda enquanto estão a jogar e, depois, «recebem um relatório que correlacio­na o seu estado emocional com o jogo». Isto permite «perceber o que estavam a sentir em cada momento e a controlar melhor as suas emoções em jogos futuros», além de «receber métricas do próprio jogo, como rácios kill/death», explicou Carolina Amorim. Mas a Emotai está também a trabalhar numa plataforma que vai «fornecer exercícios de concentraç­ão, respiração e meditação adaptados ao estado mental do jogador».

DIVERSIFIC­AR

Apesar de a solução já ser capaz «de encontrar padrões relacionad­os com os processos cognitivos e as emoções» , a startup quer «melhorar os algoritmos recorrendo à IA», disse Carolina Amorim. A responsáve­l acredita que isso «vai abrir portas a novos métodos de melhoria de desempenho e a uma melhor qualidade de vida, no geral». Por outro lado, a ferramenta tem potencial para outras áreas e, por isso, os fundadores já pensam em expandir a sua utilização, como esclareceu a fundadora da Emotai: «Queremos aplicar esta solução a todas as áreas que requerem um esforço mental muito grande. Depois do gaming estamos a planear entrar nos mercados de trading e na Fórmula 1».

A startup vai criar uma campanha de Kickstarte­r e quer lançar o produto final um ano depois, em Março de 2020.

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A equipa da Emotai marcou presença no Web Summit.
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