O Gustavo Dias fala sobre as novas soluções de mobilidade urbana na cidade de Lisboa.
O conceito da nova mobilidade urbana, através da disponibilização de veículos partilhados, bicicletas e trotinetes eléctricas ao longo da cidade é muito interessante, mas não resolve os problemas em cidades como Lisboa. A cidade tem graves problemas de estacionamento, especialmente desde a intervenção da milícia organizada da Câmara Municipal de Lisboa, a EMEL, que se tem limitado a intervir de forma cosmética, em vez de resolver os problemas graves da cidade, com a sua falta de medidas de intervenção urbanísticas, que poderiam permitir um melhor aproveitamento dos espaços intervencionados. Depois temos a questão dos serviços de car sharing, como a DriveNow, com cerca de 250 automóveis, e a Emov com 150, automóveis esses que não vieram resolver os problemas reais da cidade de Lisboa, como a falta de estacionamento, que já existia para quem vive, efectivamente, num bairro lisboeta. Dou-vos um exemplo: uma viagem entre Telheiras e o Arco Cego (em Lisboa), perco mais tempo (e dinheiro) à procura de um lugar para estacionar um C-Zero da Emov, que durante a viagem em si. E não pense que um Uber, ou semelhante, resolve o problema, pois estudos realizados em cidades como Nova Iorque, Los Angeles, Chicago, Boston, Washington, Miami, Philadelphia, São Francisco e Seattle, viram a utilização do automóvel aumentar para percursos curtos, que poderiam (deveriam) ser feitos utilizando as redes de transportes públicos. Essa sim, deveria ser a revolução correcta da mobilidade urbana.