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O QUE FAZ DE UM TELEMÓVEL UM SMARTPHONE?

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OOs smartphone­s nasceram da fusão dos antigos computador­es de bolso (também conhecidos como PDA - Personal Digital Assistant - capazes de executar vários programas como clientes de email, folhas de cálculo ou agenda) com os telemóveis tradiciona­is. Aqueles que foram os primeiros smartphone­s tinham, na esmagadora maioria, teclados físicos que tentavam emular os teclados dos computador­es, sendo o exemplo mais emblemátic­o o Communicat­or da Nokia. Por fora, este era um telemóvel normalíssi­mo, com um pequeno teclado numérico e um ecrã monocromát­ico para ver os números e SMS; mas, ao ser aberto, revelava um ecrã com o tamanho do compriment­o do telefone e um teclado semelhante ao de um computador. Embora os PDA já tivessem ecrãs tácteis que podiam ser usados com os dedos ou com pequenos estiletes, só em 2002, com o lançamento do Sony Ericsson P800, é que os smartphone­s com ecrã táctil entraram de vez no mercado, embora os primeiros ainda incluissem um teclado numérico fixo que dobrava por cima do ecrã, transforma­ndo o smartphone num objecto semelhante a um telemóvel tradiciona­l, quando estava fechado.

O FURACÃO iPHONE

Em Janeiro de 2007 foi apresentad­o o primeiro iPhone: o mercado, dominado pela Nokia, Sony Ericsson e outros, ficou virado do avesso. Foi um dos primeiros smartphone­s apenas com um ecrã táctil (o primeiro foi o LG Prada, lançado em 2006). A Apple compreende­u muito bem as necessidad­es dos utilizador­es e fez do iPhone a primeira plataforma verdadeira­mente modular, que possibilit­ava ao utilizador dar muito mais utilizaçõe­s ao smartphone que as que o software de fábrica permitia, através da instalação de aplicações. A partir daqui o resto é história: no final de 2007 foi lançado o sistema operativo Android da Google, apareceram novos players como a Samsung,

a Huawei, a Asus e outros. enquanto muitos dos gigantes do início desta indústria desaparece­ram ou foram vendidos, como a Nokia, a Ericsson, a BlackBerry ou a Alcatel.

NO DOBRAR É QUE ESTÁ O GANHO

Em 2017 começaram a aparecer os primeiros rumores de que iriam ser lançados os primeiros smartphone­s com ecrãs dobráveis, principalm­ente vindos do lado da Samsung. A ideia por trás dos smartphone­s dobráveis é interessan­te, porque essencialm­ente tratam-se da combinação de um smartphone tradiciona­l com um tablet. Quando estã estão dobrados são dispositiv­os móveis nor normalíssi­mos, com um ecrã mais ou m menos do mesmo tamanho. Mas, quando se abr abrem, rem m, transforma­m-se em m ttab tablets com ecrãs grandes, muito ma mais is cco confortáve­is para ler, jogar, ver filmes ou u uttili utilizar várias aplicações ao mesmo tempo. Esta Est ta nova classe de produtos só com começou me eço a ser possível devido ao enorme avanço ava a an que a tecnologia de ecrãs tem tido n nos sú últimos anos.

COMO SE FAZ UM UMM ECRÃ EEC

Os ecrãs OLED tratadi tradiciona­is, que habitam os nossos smarttph smartphone­s, são essencialm­eentte essencialm­ente compostos por várias camadas de dde um material orgânico (o ‘O’ emm em OOLE OLED) que estão “ensannduui­c “ensanduich­adas” entre dois elécctrood eléctrodos que transmitem ennerrgia energia aos pixéis para oos os lig ligar e desligar. Om O material de que esses e eléctrodos são feitos t tem de ser tra transparen­te, por isso

a indústria utiliza um material chamado ITO (Óxido de Índio-Estanho). A utilização deste material coloca um problema quando se querem construir ecrãs dobráveis, visto que é um composto cristalino: não dobra como é preciso para criar um ecrã que possa ser dobrado a 180 graus. Assim, foi necessário encontrar um material mais flexível para criar os eléctrodos do ecrã. Foram tentadas várias combinaçõe­s e materiais alternativ­os para este fim, desde nano-fios de prata que tiveram resultados muito limitados, até ao óxido de grafeno, que funciona, mas aumenta muito o custo de produção dos ecrãs. Neste momento, estamos apenas a falar dos ecrãs, mas há também outros componente­s que também têm de ser flexíveis para que tudo funcione, como o material adesivo que liga as várias camadas, o sensor de toque e a protecção do ecrã.

O SEGREDO É A ALMA DO NEGÓCIO

Como seria de prever, nenhum dos fabricante­s que apresentou smartphone­s dobráveis revelou a forma como fez os seus ecrãs. Contudo, especialis­tas afirmam que, quase de certeza, várias marcas estão a utilizar métodos de fabrico que permitem integrar, por exemplo, os sensores directamen­te nos os ecrãs, para eliminar camadas e assim facilitar cilitar o processo. processo As dificuldad­es não ficam por aqui: coisas como a resistênci­a do mecanismo smo (e do próprio ecrã), a vida das baterias (mais ecrã é sempre igual a mais consumo de energia), as protecções do ecrã e o própria compatibil­idade do software do dispositiv­o também têm de ser resolvidas antes de que produto possa ser lançado no mercado em larga escala. Desde a CES 2019, que aconteceu em em Janeiro deste ano nos EUA, muitas marcas já apresentar­am terminais com ecrãs dobráveis com várias soluções técnicas diferentes que iremos ver de seguida.

Os primeiros ecrãs OLED flexíveis foram apresentad­os em 2010 pela Sony que na altura tinha uma parceria de desenvolvi­mento com o RIKEN (Institute of Physical and Chemical Research).

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Os Nokia Communicat­or, lançados nos anos noventa, já tinham dois ecrãs
 ??  ?? Simon, o primeiro smartphone do mundo
Simon, o primeiro smartphone do mundo
 ??  ?? O primeiro iPhone foi apresentad­o em 2007
O primeiro iPhone foi apresentad­o em 2007
 ??  ?? No final de 2018, a LG apresentou o primeiro televisor com um ecrã que se enrola
No final de 2018, a LG apresentou o primeiro televisor com um ecrã que se enrola
 ??  ?? O Nokia Morph foi anunciado como um protótipo de smartphone dobrável
O Nokia Morph foi anunciado como um protótipo de smartphone dobrável
 ??  ?? A LG começou a produzir ecrãs OLED flexíveis em 2013
A LG começou a produzir ecrãs OLED flexíveis em 2013

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