DOBRÁVEIS, O NOVO 3D?
Estava no Bill Graham Civic Auditorium, em São Francisco, quando a Samsung revelou o novo Galaxy Fold, o seu primeiro smartphone dobrável; uns dias depois, em Barcelona, durante o Mobile World Congress, fiquei a conhecer o Huawei Mate X e o Royole FlexPai. Ignorando a euforia inicial, até porque é natural ficarmos impressionados com o feito de engenharia que são estes dispositivos dobráveis, chega agora a razão para voltar a por os pés bem assentes na terra e ponderar o porquê destes dispositivos estarem a ser lançados. Enquanto obra de engenharia e poderio de cada fabricante, fazem todo o sentido, mas depois colocam-se diversas questões, que vão do factor fiabilidade/durabilidade, até à ‘necessidade’. Para que é que precisamos de um dispositivo deste género? Honestamente, não lhe antevejo um futuro melhor que aquele que aconteceu com o 3D nos ecrãs, ou seja, todos os fabricantes vão demonstrar as suas soluções, mas daí até se tornarem um produto que realmente as pessoas precisem… acho que não vai acontecer. Se tivesse de escolher um, a escolha seria o dispositivo da Samsung, apenas pelo facto de parecer ser o que oferece maior robustez e que, com a solução de usar um ecrã externo, protegendo assim o ecrã principal, garante maior durabilidade que a solução de ecrã único dobrável pelo exterior, como acontece com os outros dois. Quanto à questão de utilidade, quem precisa de um smartphone que se pode transformar num tablet de formato quadrado, onde nem sequer os vídeos do YouTube ou Netflix poderão ser reproduzidos num ecrã maior que o dos smartphones actuais? Para os jogos talvez existam vantagens, mas gastar-se mais de dois mil euros para jogar? Para isso usa-se a Nintendo Switch. Tenho sérias dúvidas quanto ao sucesso destes terminais mas…. Samsung, Huawei e Royole, já sabem para onde mandar as samples para testar!