PC Guia

DEFEITOS ESPECIAIS

- RICARDO DURAND / Editor

O Ricardo Durand dá a sua opinião sobre os tutoriais obrigatóri­os dos jogos actuais.

Não sei quando é que isto começou, mas de há alguns anos para cá qualquer jogo novo traz um tutorial que não podemos passar e que em 99% dos casos é uma valente xaropada. Somos obrigados a ver como é que tudo funciona, para que servem todas a teclas, aprender a atacar, a disparar, a defender, a selecciona­r armas, a carregar, a andar, a correr, a rolar, a saltar e a fazer mais umas 500 coisas diferentes. Em muitos casos somos ainda obrigados a ver cutscenes, a ler linhas de diálogo intermináv­eis, a ver um filme e não a jogar. Até jogos sem qualquer complexida­de como como o Candy Crush ou o Angry Birds têm níveis completos de tutoriais para nos ensinar o que devemos fazer com os nossos dedos. Mas alguém, há 30 anos, antes de jogar nas arcades ou nas pequenas consolas portáteis aprendeu a virar peças do Tetris ou para que é que serviam as frutas no Pacman? Jogava-se e logo se via: à medida que jogávamos descobriam­os os jogos e isso só tornava tudo mais emocionant­e. Ninguém teve níveis de tutorial no Sonic para Mega Drive ou no Super Mário para NES; nem, mais tarde, a Eidos nos ensinou como é que se controlava Lara Croft no primeiro Tomb Raider. E vocês agora vão dizer: pois, mas nessa altura os tutoriais vinham nos pequenos livros que estavam nas caixas dos jogos e os comandos eram mais simples. É verdade. E era exactament­e para aí que os guias para aprender a jogar deviam continuar a ser relegados: para qualquer lado, físico ou digital, menos dentro do próprio jogo e mascarados de prólogo, de história ou de níveis para totós. O que eu mais queria voltar a ver num jogo actual era ver o título a aparecer no ecrã e uma mensagem a dizer ‘Press Start to Play’ e mandar-me de cabeça. Na verdade, eu só quero jogar. É assim tão difícil?

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